Pelo menos 20 pessoas foram mortas num ataque a um quarteirão residencial perto do bairro costeiro de Sheikh Radwan, em Gaza, e um outro ataque a um quarteirão residencial próximo matou mais 15 pessoas e fez cerca de 20 feridos, tudo depois de ter sido anunciado que as partes envolvidas tinham chegado a um acordo de cessar-fogo.
Vários analistas disseram que estes ataques eram de esperar: afinal, Israel já tinha feito o mesmo na Síria. De facto, já depois de o país vizinho ter entrado em tréguas – criando na comunidade internacional a expectativa de uma passagem pacífica do poder – Israel considerou o momento certo para atacar posições ditas de forças iranianas no território. A comunidade internacional queixou-se, mas o governo de Benjamin Netanyahu manteve a pressão à revelia de todas as opiniões. O cessar-fogo, ou o seu anúncio, foi mais uma vez usado como uma espécie de última oportunidade para atacar os territórios onde o calar das armas vai ser, em princípio, decretado.
Entretanto, a Hamas já respondeu às acusações do gabinete do primeiro-ministro de Israel. Em declarações citadas pela agência Reuters, um dos responsáveis do grupo, Izzat el Reshiq, garante o total comprometimento com acordo anunciado ontem no Qatar, dando indicação de que não irá impor novos ataques a Israel. Mas as iniciativas militares de Israel nas últimas horas podem impedir o bom andamento do processo. E podem também implicar um voto contra do gabinete de Netanyahu sobre o acordo.
Um pouco por todo o mundo, o acordo foi aplaudido. Os Estados Unidos lideravam as declarações em seu favor, mas também a China o saudou, apelando à sua aplicação efetiva, enquanto o Governo israelita ainda não deu luz verde final.
“A China saúda o acordo de troca entre um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza, manifestando a esperança de que este acordo seja aplicado de forma efetiva e que abra caminho a um cessar-fogo completo e permanente”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
“Esperamos sinceramente que as partes envolvidas aproveitem a oportunidade oferecida pelo cessar-fogo em Gaza para promover o abrandamento das tensões na região”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa.
Segundo análise citada pela CNN Portugal, o conflito gerou 1,9 milhões de deslocados, destruiu 92% das habitações e 68% da rede de estradas – com 88% de edifícios escolares a precisam de reconstrução. O número de mortos – um valor que há muitos meses deixou de ser consensual, pode ter já ultrapassado os 46 mil.
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