[weglot_switcher]

DGS recomenda vacina da AstraZeneca para pessoas acima dos 60 anos

A vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca, que contou também com a participação na investigação e desenvolvimento da Universidade de Oxford, foi apontada como aportando um risco acrescido de coágulos na sequência da sua toma por pessoas com menos de 60 anos.
  • António Cotrim/Lusa
8 Abril 2021, 19h06

A vacina da AstraZeneca passa a ser recomendada apenas para pessoas com mais de 60 anos, anunciou esta quinta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS), juntamente com o Infarmed e a task-force do plano de vacinação contra a Covid-19. Estas entidades haviam convocado a conferência sinalizando já que abordaria a utilização do fármaco desenvolvido pela AstraZeneca, dadas as indicações europeias de que esta poderá causar coágulos atípicos.

“O plano de vacinação é ajustado para garantir que todas as pessoas serão vacinadas com a vacina que protege e é segura de acordo com os grupos prioritários definidos, minimizando eventuais riscos”, referiu Graça Freitas.

Perante a evidência que aponta para uma maior probabilidade de coágulos depois da toma deste fármaco por pessoas com menos de 60 anos, o plano de vacinação é assim ajustado. Como explica Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed, os fenómenos trombóticos atípicos ocorreram com maior incidência em pessoas abaixo dos 60 anos, para quem há também menos risco de infeção grave e hospitalização por Covid-19. Assim, para as populações acima desta idade, “os benefícios da vacina continuam a superar os seus riscos”.

Sobre a compra do fármaco, e ecoando as palavras do vice-almirante Gouveia e Melo de que este continua sendo útil na vacinação da população acima dos 60 anos, Rui Santos Ivo garante que “não há nenhuma alteração, as vacinas continuam a ser entregues”.

“Temos uma população por vacinar acima dos 60 anos superior a 2 milhões de habitantes, portanto a vacina da AstraZeneca, sendo útil na vacinação desta população, o plano não sofrerá grandes alterações”, acrescentou Gouveia e Melo, o coordenador da task-force encarregue do plano de vacinação, que garante que a estratégia delineada para a imunização em Portugal “consegue ajustar-se a esta recomendação sem impactos no plano de vacinação”.

A vacina da farmacêutica anglo-sueca, que contou também com a participação na investigação e desenvolvimento da Universidade de Oxford, foi apontada como aportando um risco acrescido de coágulos na sequência da sua toma. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciou esta terça-feira ter identificado uma “possível ligação” entre os casos de coágulos e a administração da vacina.

O estudo da EMA aponta para uma possível relação causal entre os 86 casos estudados de coágulos após a vacinação com a Vaxzevria, o novo nome do fármaco, dos quais 18 foram fatais. Para a agência, é possível que esta vacina represente um risco para pacientes com nível baixos de plaquetas.

O vice-almirante Gouveia e Melo ressalvou ainda assim que terá de se “adiar uma semana a vacinação dos professores”, que será já levada a cabo “com as vacinas apropriadas, seguindo a recomendação agora emitida”.

[notícia atualizada às 19h22]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.