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Digitalização permite aproximar interior de “novos investimentos”, diz vice-presidente da IP Bragança

O que faz falta é que o interior afirme as suas qualidades: melhor nível de vida, mais tempo, menos tensão. As autoestradas digitais tornam a geografia um mero pormenor.
Cristina Bernardo
25 Junho 2019, 18h24

A digitalização pode ter um papel fundamental “na fixação de pessoas e no chamamento de novos investimentos” para o interior, disse Albano Alves, vice-presidente da IP Bragança no âmbito do terceiro painel, dedicado ao tema ‘O estado da região e a revolução digital’, do ciclo de conferências ‘Portugal Inteiro’, da responsabilidade da parceria entre a Altice e o Jornal Económico, cujo tema específico é ‘Inovação: o interior como oportunidade’.

Para Nuno Augusto, responsável da incubadora Regia Douro Park, o empreendedorismo qualificado é uma área que precisa de mais relevo – uma vez que tem forte capacidade para trazer para o interior o talento e a qualificação que asseguram a longevidade estes projetos.

Mas “as autoestradas da comunicação no interior ainda são muito limitadas”, nomeadamente no que tem a ver com a fibra ótica, recordou Nuno Augusto, para quem alguns projetos industriais convivem mal com estradas demasiado ‘engarrafadas’.

Para Albano Alves, “o interior tem alguma vantagem no digital: há cada vez mais procura das pequenas cidades, por causa da rotatividade que se faz sentir nas grandes cidades” – para além do custo e da qualidade de vida muito superior. Ora, essa rotatividade tem custos enormes para as empresas, que constantemente vêem os seus profissionais deixarem projetos a meio caminho.

“Não é fácil atrair profissionais para o interior”, pelo que a solução é atrair alunos, disse ainda. Esse é o papel da academia.

Nuno Augusto esteve de acordo com este ponto de vista, tendo acrescentado que, no caso de Vila Real, “já temos o resto: boas ligações rodoviárias, boas escolas e uma região não massificada, onde o custo de vida é muito diferente”.

“A dificuldade não é a questão do financiamento, mas sim uma questão de mentalidade das empresas”, referiu. Ou seja, há aqui também o problema de falta de conhecimento que obriga “a uma capacitação” de quem decide relativamente ao que profundamente pode querer dizer ‘investir no interior’.

“Lisboa continua a ser um polo de atração muito forte, assim como o é o Porto, mas temos conseguido dar a volta com a afirmação do que de bom se faz aqui”, disse Albano Alves.

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