O Instituto do Conhecimento da Abreu Advogados vai voltar a reunir especialistas em legaltech, desta vez num formato digital, para debater e aprofundar a digitalização da justiça, a regulação da Inteligência Artificial (IA), técnicas de design thinking aplicada ao Direito e a utilização da tecnologia na prestação de serviços jurídicos.
A segunda edição da conferência internacional “Lisbon, Law & Tech” começa esta segunda-feira e decorre nos próximos quatro dias com um painel diário. Entre os oradores deste evento estão o escritor britânico Richard Susskind, autor de “Tomorrow’s Lawyers” e de “Online Courts and the Future of Justice”, e o norte-americano Joshua Walker, autor de “On Legal AI” e cofundador do Centro de Informática Jurídica de Stanford e da Lex Machina, a primeira startup de analítica jurídica (ver programa completo abaixo).
Para Luís Barreto Xavier, consultor e responsável pela área da inovação da Abreu, o investimento em tecnologia tem vindo a ser feito – a maior ou menor escala consoante as empresas – mas o que está em causa é a perceção da mudança de paradigma, de maneira de pensar a estratégia e cultura organizacional. “A inovação pode não ser apenas tecnológica”, diz ao Jornal Económico (JE).
“Os advogados têm como clientes, além dos clientes individuais, fundamentalmente as empresas, que transversalmente estão a ser afetadas pela transformação digital e pela tecnologia. Portanto, se os clientes da advocacia são eles próprios afetados pela revolução tecnológica, os advogados têm de estar preparados para os defender e aconselhar num mundo que é diferente. Passam sobretudo a ser não um centro de custo para a empresa, mas parceiros no negócio”, afirma o coordenador do instituto que promove a conferência.
Além de os processos de entrega de serviços e de comunicação com os clientes, due diligence, entre outros, estarem cada vez mais digitalizados, o mesmo acontece com os tribunais. “O próprio mundo do Direito, dos tribunais, também atravessa uma transformação tecnológica, porque há instrumentos de IA e automação que vão afetando fortemente o modo como os serviços jurídicos são prestados pelos advogados ou o modo como os tribunais funcionam. Os tribunais em Portugal têm processos informáticos, em que os advogados entregam as peças processuais através Citius e de outros sistemas. No futuro coloca-se o problema da intervenção da IA para auxiliar o trabalho dos próprios juízes”, refere Luís Barreto Xavier ao JE.
Programa da Lisbon, Law & Tech
Segunda-feira, 23 de novembro (11h00)
“Online Courts and Justice in Times of Pandemics”, moderado por Carmo Sousa Machado, sócia da Abreu e vice-presidente da Ordem dos Advogados
Terça-feira, 24 de novembro (11h00)
“Legal Design: Interfaces between Law and Design”, moderado pelo sócio Ricardo Henriques
Quarta-feira, 25 de novembro (11h00)
“Global Trends and Regulation in Artificial Intelligence”, moderado pelo consultor Helder Galvão
Quinta-feira, 26 de novembro (11h00)
“On Legal Engineering”, moderado por Luís Barreto Xavier
O evento conta ainda com o apoio da Católica Global School of Law e da Associação de Jovens Advogados Portugueses.
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