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Discotecas precisam de “novos apoios para a reabertura”, defendem empresários do sector (com áudio)

O presidente da Associação de Discotecas disse ao Jornal Económico que será preciso injeção de capital nas empresas e isenção de impostos. Um tema a debater na reunião com o secretário de Estado do Comércio na próxima semana. Na reunião também será abordado o motivo pela qual ainda não foram pagos os apoios que o Governo prometeu que seriam automáticos.
24 Setembro 2021, 11h13

O Governo anunciou a reabertura das discotecas para 1 de outubro, mas com o seu regresso alguns apoios terminam e segundo o que disse o presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN), José Gouveia ao Jornal Económico (JE) os empresários ainda não receberam os últimos apoios prometidos.

Como tal, os estabelecimentos de diversão noturna pedem que o Governo “cumpra a promessa feita” e que, agora, apresente “novos apoios para a reabertura”. Estes apoios passam por injeção de capital nas empresas, mas também pela isenção de impostos.

“Neste momento aquilo que é importante compreender é que com a abertura não há um retomar da normalidade financeira-económica da empresa. Não é expectável que se consigam recuperar todas as dívidas acumuladas ao longo destes 18 meses, nomeadamente ao nível de alguns custos associados que foram sendo cobrados mensalmente”, frisou ao JE José Gouveia, acrescentando que apenas 40% das discotecas vão voltar a abrir portas.

Assim, as discotecas precisam “a nível financeiro que injeção de capital direto”, mas também de “discutir alguma isenção fiscal ao nível de alguns impostos nomeadamente aqueles que depois vão ser cobrados em 2022”.

“As tesourarias das empresas estão descapitalizadas e fizeram frente a esta situação durante este ano e meio e o Estado infelizmente, por incapacidade, não foi tão companheiro e não acompanhou de facto as necessidades das empresas tendo só feito o primeiro pagamento depois de 11 meses das empresas estarem encerradas por decreto. E desde fevereiro, desde esse primeiro pagamento nada mais foi adiantado, nada mais foi pago”, contou o representante dos empresários do sector da diversão noturna.

Pagamentos em atraso e a reunião com o Governo

De acordo com José Gouveia “estamos a aguardar o pagamento de um trimestre que foi prometido em julho, decisão do Conselho de Ministros. Era um apoio que seria trimestral em tudo semelhante ao mesmo apoio dado no último trimestre de 2020. E esse apoio o pagamento seria automático”.

A 3 de agosto o Governo anunciou, depois de reunião do Conselho de Ministros, que iria prolongar o programa Apoiar para empresas que continuavam encerradas devido à pandemia. Segundo a portaria n.º 168-B/2021 os apoios para bares e as discotecas dividiam-se entre os que tiveram uma quebra de fatura de 25 a 50% e superior a 50% identificado pelo Fisco.

Na altura o Governo prometia que a medida aplicava-se “retroativamente às candidaturas aprovadas e o ajustamento dos valores a receber será feito de forma automática, garantindo assim uma rápida operacionalização dos apoios”.

No entanto, até ao momento os empresários não receberam os apoios, um assunto que será abordado numa reunião, na próxima semana, com o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres. “Fui contactado de forma informal pelo secretário de Estado, João Torres e ficou agendado uma reunião para a próxima semana para perceber de facto de forma é que esses apoios vão chegar às empresas”.

Da reunião, o presidente da ADN espera que seja feito o “cumprimentos da promessa feita”. Depois também será preciso “sensibilizar o Governo para o facto que estas empresas tiveram encerrados durante 18 meses, que carecem de novos apoios para a reabertura. São estabelecimentos que estão de certa forma degradados, que necessitam de manutenção, que têm de se fazer frente às novas medidas aprovadas pela DGS a nível de controlo sanitário”, completou.

Em caso de os apoios não chegarem , com a reabertura, “existem discotecas que vão morrer na praia”, frisou José Gouveia.

 

 

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