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Ditador egípcio sai em liberdade depois de ter sido condenado a prisão perpétua

Hosni Mubarak foi destituído em fevereiro de 2011, depois de a Praça Tahrir ter sido tomada, e detido por ter incitado as forças apoiantes do regime a se revoltarem contra os manifestantes.
Amr Abdallah Dalsh/REUTERS
24 Março 2017, 13h43

O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, foi esta sexta-feira libertado, ao fim de ter cumprido seis anos de prisão. Hosni Mubarak foi iniciamente condenado a prisão perpétua, por ter incitado à morte de centenas de rebeldes que participaram nos protestos da Primavera Árabe, mas viu a sua pena ser reduzida, após recurso em tribunal.

A libertação de Hosni Mubarak foi comunicada por Farid al Dib, o advogado do ex-líder egípcio, que durante cerca de trinta anos governou com mão de ferro o país. Hosni Mubarak saiu do hospital militar no Cairo onde estava preso, devido a graves problemas de saúde, por volta das 8h30 (6h30 em Portugal) e foi conduzido a casa, nos arredores de Heliopolis.

Apesar de ter sido libertado, Hosni Mubarak fica impedido de viajar para o estrangeiro, uma vez que está ainda a ser alvo de uma investigação por alegada acumulação de fortunas através de ganhos ilícitos. O antigo presidente é acusado, juntamente como os filhos, de desviar mais de 10 milhões de euros de fundos públicos.

Hosni Mubarak foi destituído em fevereiro de 2011, depois de a Praça Tahrir ter sido tomada, na revolta de 18 dias, pelas forças anti-regime. O então líder foi depois detido por ter incitado as forças apoiantes do regime a se revoltarem contra os manifestantes. Cerca de 850 pessoas terão sido mortas nos confrontos com as autoridades.

A absolvição de Hosni Mubarak é vista por muitos ativistas como um ponto de viragem e o fim simbólico da Primavera Árabe no Egito, que procurou trazer às repúblicas islâmicas uma maior participação do povo nos regimes autoritários e repressivos do Médio Oriente e Norte de África.

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