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Divergência entre BCE e Fed pode levar inflação a crescer

Super-falcão austríaco foi o único membro do Conselho do BCE a votar contra a descida das taxas de juro, socorrendo-se da revisão em alta da inflação. Robert Holzmann defende que BCE e Reserva Federal têm de estar em acordo.
inflação
REUTERS/Lisa Leutner/Files
8 Junho 2024, 23h31

A inflação permanece acima dos 2% na zona euro e o Banco Central Europeu (BCE), mesmo assim, decidiu reduzir as taxas de juro em 25 pontos base. No entanto, o governador do banco central da Áustria, Robert Holzmann, avisa que as divergências entre a Reserva Federal (EUA) e o BCE pode levar a um aumento deste índice, dificultando a situação económica dos cidadãos.

De acordo com o economista austríaco, novas reduções podem causar um forte impacto na taxa de câmbio e na inflação da moeda do bloco europeu. De facto, aquele que é considerado como o “super-falcão” do euro votou contra a descida dos juros, considerando que “se as decisões são guiadas pelos dados económicos, então devem mesmo ser guiadas por esses dados”.

Holzmann, o único membro do Conselho do BCE a votar contra a descida dos juros diretores, avisou que a trajetória da inflação ainda não aconselhava ao avanço do primeiro corte de juros, especialmente depois do banco central do bloco ter revisto em alta as previsões da inflação para 2024 e 2025.

“Se a suposição original de três cortes nas taxas se concretizasse [este ano] e a Reserva Federal não respondesse, certamente teria impacto na taxa de câmbio e, com ela, na inflação”, apontou o “super-falcão” à emissora ORF este sábado, citado pela “Bloomberg”. Ainda assim, garantiu que ainda não está preocupado com este primeiro passo.

“Houve uma revisão dos dados e uma discussão com diferentes pontos de vista. A opinião do Conselho era que não havia outro caminho, até porque tinha sido anunciado que tal decisão seria tomada em junho”, explicou. 

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