A dívida do CDS-PP quase duplicou durante os quatro anos em que Assunção Cristas esteve à frente do partido. O passivo dos democratas-cristãos aumentou mais de meio milhão de euros e ronda agora os 1,28 milhões, estando já em marcha um programa para equilibrar as contas e apurar responsabilidades, através de uma “auditoria de gestão, financeira e política”, à liderança de Assunção Cristas.
Segundo as contas divulgadas pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), desde 2016 – ano em que Assunção Cristas foi eleita para suceder a Paulo Portas na direção do CDS-PP – até ao final do ano passado, o CDS-PP viu a dívida aumentar 514.720,88 euros. No balanço de contas de 2016, o passivo cifrava-se em 762.101,78 euros, tendo, até ao final de 2019, aumentado para 1.276.822,66 euros.
A tendência de aumento do passivo já vinha, no entanto, a registar-se nos dois anos anteriores à chegada de Assunção Cristas à liderança do CDS-PP. Em 2014, o passivo era de 705.498,62, com o CDS-PP, na altura liderado por Paulo Portas, a conseguir reduzir o passivo para quase metade. Desde então, a tendência foi sempre para aumentar a dívida, sobretudo em anos de eleições.
Durante o mandato de Assunção Cristas, também os bens ativos do partido diminuíram. Em 2016, o CDS-PP tinha ativos de 663.584,99 euros, valor que caiu para 435.662,80 euros, no final de 2019 (menos 227,9 mil euros). As poupanças dos democratas-cristãos em bancos também caíram, nesse quatro anos em que Assunção Cristas liderou o CDS-PP, de 26.962,16 para 11.490,07 euros, menos de metade.
No ano passado, o CDS-PP gastou 783,8 mil euros com as eleições legislativas, 464,1 mil euros com as europeias e 2,1 mil euros, com “eleições intercalares”. Desse montante gasto, o CDS-PP apenas conseguiu reaver pouco mais de 736 mil euros em subvenções estatais, o que não chegou para cobrir a despesa.
A débil situação financeira do partido obrigou o CDS-PP a cortar a despesa corrente e tentar reequilibrar as contas. Tal como o Jornal Económico noticiou em outubro, o partido procedeu ao despedimento de funcionários e foi colocada em cima da mesa a hipóteses de serem encerradas algumas das instalações que o partido tem no país.
As contas relativas a 2019 foram aprovadas, por “larga maioria” e sem votos contra, na reunião do Conselho Nacional do CDS-PP, no final de junho, tendo alguns dos conselheiros da nova direção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos – que tomou posse em janeiro – manifestado preocupação com a situação financeira do partido.
Francisco Rodrigues dos Santos anunciou que o CDS-PP vai avançar com uma “auditoria de gestão, financeira e política” às contas para perceber o que levou à falência técnica do partido. A iniciativa terá, ao que o Jornal Económico apurou, partido do secretário-geral, Francisco Tavares, mas o líder democrata-cristão já veio dizer quer discutir “dentro de casa” as matérias “de foro interno do partido”.
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