Em dezembro de 2020, o património financeiro líquido da economia portuguesa ascendeu a -213.338 milhões de euros (-105,4% do PIB), o que compara com -208.579 milhões em setembro de 2020 (-101,9% do PIB), segundo os dados revelados pelo Banco de Portugal (BdP).
O Banco de Portugal publicou hoje as contas nacionais financeiras relativas ao quarto trimestre de 2020 e à informação relativa às interligações entre setores. Os dados publicados incorporam revisões desde janeiro de 2017, de acordo com a política de revisões das estatísticas do Banco de Portugal.
O passivo financeiro total da economia portuguesa (vis-à-vis com o resto do mundo) aumentou de 565.341 milhões de euros (276,3% do PIB) em setembro para 569.346 milhões de euros (281,2% do PIB) em dezembro de 2020, segundo dados do BdP trabalhados pelo Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE).
Já o passivo financeiro exceto ações e outras participações (vis-à-vis com o resto do mundo) fixou-se em 410.258 milhões de euros (202,6% do PIB) em dezembro, o que compara com 414.576 milhões em setembro (202,6% do PIB), adianta o mesmo gabinete de estudos.
No que toca à Dívida Líquida Total da economia portuguesa (vis-à-vis com o resto do mundo), e segundo dados do Banco de Portugal, aumentou de 228.372 milhões de euros (111,6% do PIB) em setembro para 232.326 milhões de euros (114,7% do PIB) em dezembro de 2020.
Já a Dívida Líquida exceto ações e outras participações (também vis-à-vis com o resto do mundo) fixou-se em 179.425 milhões de euros (88,6% do PIB) em dezembro de 2020, o que compara com 181.704 milhões em setembro (88,8% do PIB), segundo os mesmos dados.
Em dezembro de 2020, o passivo financeiro das administrações públicas fixou-se em 155,5% do PIB (314.859 milhões de euros). Em percentagem do PIB, trata-se de um aumento de 3,1 p.p. face a setembro de 2020 (152,4%).
Relativamente aos particulares, o passivo financeiro total, em percentagem do respectivo rendimento disponível bruto ajustado pela variação da participação líquida das famílias nos fundos de pensões, registou o valor de 111,2% em dezembro de 2020, o que compara com 111,6% em setembro de 2020.
Já o passivo financeiro total das empresas (não Financeiras”, também em percentagem do PIB, ascendeu em dezembro aos 116,6%, o que compara com 116,2% em setembro do mesmo ano de 2020.
Capacidade de financiamento da economia cai para 0,1% do PIB
O Banco de Portugal divulgou hoje também as contas nacionais trimestrais financeiras por sector institucional. Em 2020, a capacidade de financiamento da economia portuguesa foi de 0,1% do PIB (abaixo de 1,2% do PIB em 2019).
Este resultado reflete as capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras (respetivamente de 5,9% e 2,2% do PIB), que, em conjunto, excederam ligeiramente as necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras (respetivamente de 5,7% e 2,3% do PIB), segundo os mesmos dados.
Em comparação com 2019, a capacidade de financiamento da economia portuguesa reduziu-se em 1,1 pontos percentuais (pp). Esta redução reflete, sobretudo, a descida do saldo das administrações públicas, em 5,8 pp, e o aumento da capacidade de financiamento dos particulares em 4,4 pp.
Segundo o GEE que trabalhou os dados do Banco de Portugal, observou-se ainda uma diminuição da capacidade de financiamento das sociedades financeiras em 0,2 pp e uma redução da necessidade de financiamento das sociedades não financeiras em 0,5 pp.
No 4º trimestre de 2020, a capacidade líquida de financiamento da economia portuguesa manteve-se em 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) (do ano acabado em cada trimestre para todos os dados), o mesmo valor do que no trimestre anterior (0,1%).
Verificou-se ainda a redução da necessidade líquida de financiamento das sociedades não financeiras de 2,4% para 2,3% do PIB e as sociedades financeiras mantiveram o valor de 2,2%.
Por sua vez, as famílias aumentaram a sua capacidade de financiamento para 5,9% do PIB (4,5% do PIB no 3º trimestre de 2020). Ao passo que a Administração Pública aumentou a sua necessidade líquida de financiamento de 4,2% para 5,7% do PIB.
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