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Do Governo “extremista” aos meios “excessivos”: Reações à operação policial no Martim Moniz

Do líder da oposição ao líder da comunidade do Bangladesh em Lisboa, foram muitas reações à operação policial no Martim Moniz, na capital. Governo defende intervenção mas Marcelo já avisou o Executivo e espera “recato”.
20 Dezembro 2024, 14h49

A zona do Martim Moniz em Lisboa foi alvo de uma rusga na passada quinta-feira, numa operação “especial de prevenção criminal” da Polícia de Segurança Pública (PSP). Apesar da operação ter resultado na detenção de duas pessoas, está a gerar algum desacordo a nível político sobre a forma de atuação da força de segurança.

Qual foi o resultado da operação?

A operação resultou na detenção de uma pessoa por alegada posse de arma branca e de droga, e de um mandato da Polícia Judiciária para a detenção de outra pessoa por suspeita de furtos. Foram também apreendidos cerca de uma centena de artigos contrafeitos e cerca de quatro mil euros em dinheiro.

Qual a opinião do primeiro-ministro?

A partir de Bruxelas, onde participou no Conselho Europeu, Luís Montenegro afirmou a importância destas operações. “Há uma coisa que me parece óbvia, é muito importante que operações como esta decorram, para que haja visibilidade e proximidade no policiamento e fiscalidade de atividades ilícitas”, salientou o primeiro-ministro.

O que disse o Presidente da República?

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou aos jornalistas que ainda não viu as imagens do acontecimento, porque esteve em Cabo Verde. No entanto, afirmou que iria verificar para perceber se a intervenção policial foi realizada com “recato”.

Quais foram os comentários da oposição?

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, já se pronunciou sobre o acontecimento, afirmando que se sente “envergonhado e revoltado” com o executivo e com a direção da PSP. “Sinto-me triste, envergonhado enquanto político e revoltado com o Governo do nosso país, mas também com a direção nacional da PSP”, afirmou.

Pedro Nuno Santos salientou ainda que este é o “Governo mais extremista” dos últimos tempos, e que o Governo se deve “concentrar em dar respostas aos problemas reais dos portugueses e não aos imaginários”.

 E os restantes partidos?

O Bloco de Esquerda, Livre e PCP lamentam o “alarme social”. Os três partidos requereram uma audição da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, na Assembleia da República.

O líder da comunidade do Bangladesh já se pronunciou?

Rana Taslim Uddin, líder da comunidade do Bangladesh em Lisboa, afirmou que a operação foi “inaceitável” e que foram utilizados “meios excessivos”. Segundo o líder da comunidade a imagem dos imigrantes encostados à parede dá a ideia de que “são todos criminosos”. Considerando que o que se passou “foi uma vergonha e é inaceitável e só aumenta o racismo nacional e a xenofobia”.

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