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Donald Trump procura reaproximação comercial à China

O facto de Donald Trump não ter tocado no assunto das tarifas à China, na sua tomada de posse, está a ser visto como uma tentativa de reaproximação dos norte-americanos ao país asiático. A decisão sobre o TikTok também pesa nesta aproximação ao território chinês, salienta a agência noticiosa Reuters.
21 Janeiro 2025, 14h38

O facto de Donald Trump não ter tomado uma posição, durante a tomada de posse como presidente dos Estados Unidos, na passada segunda-feira, relativamente à aplicação de tarifas à China, está a ser visto pela agência noticiosa Reuters, como uma maneira de reaproximação ao país asiático, a que se junta também o anúncio de que a rede social TikTok está de regresso ao território norte-americano quando se esperava que a empresa, detida pela China, encerrasse as suas operações nos Estados Unidos.

No caso do TikTok, Trump, sublinha a Reuters, sugeriu até que os Estados Unidos deviam ter metade do negócio da rede social no território norte-americano, como moeda de troca para que a operação do TikTok se mantivesse ativa nos Estados Unidos. O governante, reforçou a agência noticiosa, acredita que esta estratégia pode elevar os ganhos da rede social.

A Reuters salienta que este segundo mandato de Trump pode marcar o abandono do caminho seguido no primeiro mandato, onde existiram várias tensões, no campo comercial, devido à aplicação de tarifas, que despoletaram retaliações de ambos os lados.

A agência noticiosa salienta que, neste segundo mandato de Trump, Estados Unidos e China, em vez de seguirem o caminho da aplicação de tarifas sob vários produtos, devem “encontrar-se à mesa das negociações”.

A economista-chefe para a área da Ásia e do Pacífico da Natixis, Alicia Garcia Herrero, citada pela Reuters, acredita que Trump está interessado em chegar a um acordo com a China, porque se essa não fosse a sua intenção, “teria disparado” sob a China logo na tomada de posse como presidente norte-americano.

A influenciar a política norte-americana, relativamente à China, refere a Reuters, pode estar também o CEO da Tesla, Elon Musk, que pertence ao executivo, devido ao empresário ter interesse comercial em terras chinesas.

O partner da consultora Plenum, em Changai, Bo Zhengyuan, citado pela Reuters, disse que a “concentração de poder” por parte de Trump “não tem precedentes” na história recente dos Estados Unidos. “Trump pode ser o único com quem a China pode falar em termos práticos”, acrescentou Bo Zhengyuan.

Já o professor de relações internacionais na Universidade de Pequim, Wang Dong, defendeu, perante a Reuters, que as considerações de Trump “são mais pragmáticas” e que “não tem interesse em ideologia”. Salientou ainda que assuntos como as “questões geopolíticas e de Taiwan” são secundárias para o atual presidente norte-americano, o que no entender do docente universitário pode facilitar a aproximação entre os dois países.

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