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Donald Trump quer adiar eleições devido a preocupações com fraude

O presidente dos Estados Unidos explicitou aquela que muitos adivinhavam ser a sua intenção, numa altura em que vários estados se preparam para tornar a possibilidade de votar por correspondência universal, dada a situação da Covid-19 no país.
  • Donald Trump
30 Julho 2020, 15h37

O presidente Donald Trump propôs, esta quinta-feira, que a eleições de novembro sejam adiadas devido à pandemia de Covid-19 e às alegações de possível fraude eleitoral por votos por correspondência.

A sugestão foi feita num tweet: “Com votação universal por correspondência (não é a votação à distância, que é boa), 2020 será a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história. Será um grande embaraço para os Estados Unidos. Adiem a eleição até que as pessoas possam votar adequadamente, seguros e protegidos”.

Apesar desta proposta, o presidente não possui poderes constitucionais para a aplicar, estando a data das eleições sob a alçada do Congresso norte-americano. No entanto, esta parece ser a primeira tentativa pública de Donald Trump de adiar as eleições, que se realizam a menos de 100 dias. Vários membros do Partido Democrata haviam já avisado da possibilidade do Presidente questionar a legitimidade da eleição.

Trump tem vindo a alegar que os votos por correspondência aumentam a probabilidade de fraude eleitoral e de resultados falsos contra a sua reeleição. Vários estudos, pelo contrário, apontam para números extremamente baixos de fraude eleitoral nos EUA. Por exemplo, um estudo da The Heritage Foundation, um think-tank conservador, concluiu que, dos mais de 15 milhões de votos submetidos no estado do Oregon desde 1998, houve apenas 14 casos de fraude, como salienta o The Independent.

Apesar das alegações do presidente, membros de ambos os partidos dominantes na política norte-americana mostram-se inclinados a adotar o sistema de voto por correspondência, com seis estados (Califórnia, Colorado, Hawai, Oregon, Utah e Washington) a tornarem este método universal. Devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, é expectável que mais estados tomem a mesma decisão.

As declarações do Presidente norte-americano surgem no dia em que foram conhecidos os dados macroeconómicos dos EUA, que mostram a maior queda trimestral do PIB no pós-Segunda Guerra Mundial. As sondagens mais recentes mostram o Presidente a ficar para trás a nível nacional e em estados chave contra o candidato democrata e ex-vice-presidente, Joe Biden. A eleição está marcada para 3 de novembro de 2020.

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