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Donald Trump sugere que a vacina da Covid-19 deverá estar pronta perto da data das eleições nos EUA

Apesar de não ter avançado com um prazo especifico durante a conferência de imprensa, a garantia de que uma vacina poderia estar pronta antes das eleições em novembro foi dada. “Acho que em alguns casos é possível ter antes [das eleições],” começou por referir. “Mas por volta dessa altura é mais certo”.
  • Donald Trump
6 Agosto 2020, 16h29

O presidente norte-americano sugeriu que uma vacina para o novo coronavírus poderá estar pronta para ser  fabricada antes das eleições em novembro, apesar da task force e os especialistas norte-americanos dizerem que a data prevista por Trump está muito longe de ser uma realidade.

Durante uma conferência de imprensa, esta quarta-feira, Donald Trump anunciou que estão a conciliar esforços entre a “rapidez e segurança” para assegurar que “esteja disponível uma vacina este ano, talvez no final no ano”.

“Estamos a produzir em massa a candidata mais promissora à vacina para estarmos prontos imediatamente assim que tivermos a aprovação”, continuou. “É tudo uma questão de logística”, assegurou o inquilino da Casa Branca.

Apesar de não ter avançado com um prazo especifico durante a conferência de imprensa, a garantia de que uma vacina poderia estar pronta antes das eleições foi dada numa entrevista a Geraldo Rivera.

“Acho que em alguns casos é possível ter antes [das eleições],” começou por referir. “Mas por volta dessa altura é mais certo”.

As alegações do presidente não correspondem às previsões de grande parte dos especialistas e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que não prevêem uma vacina, pelo menos, até 2021. Anthony Fauci, o imonulogista, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e conselheiro do presidente, foi mais longe ao dizer que só espera uma solução “vários meses” mais tarde em 2021.

Durante a mesma entrevista ao “Washington Post”, Fauci diz manter-se “um pouco céptico” em relação à possibilidade de ter uma vacina disponível ao público até ao final do ano.

“É o que é”, diz Trump sobre as mortes por Covid-19:

A taxa de mortalidade por Covid-19 nos EUA é atualmente a mais alta, de acordo com os dados oficiais da universidade John Hopkins. Desde o início da pandemia no país, os Estados Unidos contabilizam mais de 161 mil mortes. Nas últimas 24 horas, registaram-se mais 78 vítimas mortais.

Em entrevista à “Axios”, emitida esta quarta-feira pela “HBO”, Donald Trump descarta a gravidade da situação insistindo que o impacto da Covid-19 no país está sob controle. Sob as mortes, o presidente diz: “É o que é”.

“Estão pessoas a morrer. É verdade. É o que é”, rematou. “Mas isso não significa que não estamos a fazer tudo o que conseguimos. Temos a situação controlada dentro dos possíveis”, assegurou.

Quando pressionado sobre o número de mortos nos EUA, Trump repetidamente analisou a proporção de mortes por casos confirmados de coronavírus, em vez da proporção de mortes pela população dos EUA, um número que é indiscutivelmente mais revelador quanto ao estado da pandemia no país, dado que os EUA têm menos de 5% da população mundial, mas cerca de 25% das mortes globais causadas por Covid-19.

“Aqui mesmo”, apontou para a folha com os dados. “Os EUA estão mais baixo em inúmeras categorias. Estamos mais baixo no mundo todo, mais baixo que a Europa”, referiu.

Na verdade, os oficiais da task force da Casa Branca alertaram recentemente que a pandemia nos EUA não mostra sinais de abrandamento. No domingo, a Dra. Deborah Birx, coordenadora de respostas do grupo, disse que o país estão a atravessar uma nova fase da pandemia em que o vírus “é extraordinariamente generalizado”. Na segunda-feira, Trump respondeu às declarações da especialista chamando Birx de “patética”.

Sabe-se que mais de 161 mil norte-americanos morreram devido à Covid-19, um valor que deve chegar aos 173 mil a 22 de agosto, de acordo com uma nova previsão composta pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. É uma média de quase mil mortes nos EUA todos os dias nos próximos 30 dias.

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