[weglot_switcher]

Dono da Gucci e Balenciaga proíbe uso de pele em todas as marcas do grupo

A Gucci foi a primeira marca do grupo a comprometer-se na eliminação do uso de peles nos seus designs, ao destacar a responsabilidade social como um dos valores centrais da marca.
24 Setembro 2021, 18h25

O grupo de luxo Kering, dono de marcas como Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga e Alexander McQueen, proibiu o uso de peles de animais em todas as marcas do grupo a partir da coleção de outono de 2022, revela a “CNN”. A notícia foi avançada pelo próprio CEO e presidente do conselho de administração.

“Chegou agora a altura”, escreveu François-Henri Pinault, CEO do grupo Kering, num comunicado curto. “O mundo mudou, em conjunto com os nossos clientes, e o luxo naturalmente precisa de se adaptar a isso”. “No que toca o bem-estar animal, o nosso grupo sempre demonstrou disposição em aprimorar as práticas na própria cadeia de fornecimento e no sector de luxo em geral”, observou.

De facto, a Gucci foi a primeira marca do grupo a comprometer-se na eliminação do uso de peles nos seus designs, ao destacar a responsabilidade social como um dos valores centrais da marca. Esta decisão data de 2017, e outras marcas também já iniciaram o processo de afastamento do uso deste material.

Agora, esta nova etapa ocorre dois anos depois da empresa ter publicado um conjunto de padrões relativos ao bem-estar animal que visava “verificar o tratamento de animais por parte dos humanos em todas as cadeias de abastecimento do grupo”, incluindo o tratamento de “gado, bezerros, ovelhas e cabras durante toda a sua vida”.

Ainda assim, o grupo deve continuar a permitir que algumas fibras de animais sejam utilizadas em algumas criações das marcas.

A pressão para terminar com o uso de peles chegou diretamente da passadeira vermelha, apesar de muitas associações terem pedido que fossem tomadas mais medidas contra a crueldade animal. Foi a cantora Billie Eilish que deu o mote de mudança para as marcas de luxo, recusando-se a usar a marca americana Oscar de la Renta caso esta continuasse a utilizar pele de animais nas suas criações.

A negociação de Eilish com de la Renta permitiu a alteração de paradigma, tendo a jovem artista pisado a passadeira do Met Gala num vestido da marca, no qual a sua imagem tinha semelhanças com Marilyn Monroe, dado o tema “América Independente”. “Estou entusiasmada por toda a equipa me ter ouvido sobre o assunto e por terem feito uma mudança com impacto num bem maior, não apenas para os animais, mas também para o nosso planeta e meio ambiente”, escreveu a cantora numa publicação no Instagram.

A Chanel anunciou a suspensão do uso de peles em 2018, enquanto a Prada anunciou a mesma suspensão em 2019.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.