Doze ligações aéreas entre a China e o Japão apareciam esta manhã com 100% dos voos cancelados na plataforma independente de tráfego aéreo DAST, na sequência da crise diplomática entre os dois países devido a Taiwan.
Os dados dizem respeito às 10:00 horas locais (02:00 em Lisboa), de acordo com a agência de notícias Efe.
As rotas sem operações incluem ligações entre cidades chinesas como Nanjing, Pequim, Shenzhen, Chengdu e Xangai, entre outras, com aeroportos japoneses como Kansai (Osaka), Fukuoka, Sapporo e Nagoya, de acordo com os dados da DAST.
A plataforma, utilizada como referência por vários órgãos de imprensa chineses, mostra ainda que várias destas rotas preveem continuar com cancelamentos nos próximos dias.
Os dados da DAST indicam ainda que a taxa de cancelamento de voos programados para o Japão irá alcançar um pico de 21,6% no dia 27 de novembro, o índice mais elevado num mês.
Entre as 20 rotas mais movimentadas, algumas apresentam taxas de cancelamento particularmente elevadas, como Tianjin-Kansai (65%), Nanjing-Kansai (59,4%), Guangzhou-Kansai (31,3%) e Xangai Pudong-Kansai (30,1%).
As companhias aéreas chinesas têm vindo a ajustar as operações para o Japão há vários dias, depois de uma série de alertas emitidos, na semana passada, pelos Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Cultura e Turismo, Ministério da Educação e pelas missões diplomáticas chinesas, que recomendaram evitar viagens não essenciais para o país vizinho.
A reação chinesa surgiu depois de, em 07 de novembro, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, ter declarado que um potencial ataque chinês a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa do Japão, palavras consideradas por Pequim como “uma ameaça de uso da força”.
A líder japonesa, por seu lado, recusou na passada sexta-feira retirar as declarações sobre Taiwan, considerando-as a “posição consistente” do Governo japonês, e reiterou o desejo de relações mutuamente benéficas com a China, num renovado apelo ao diálogo.
A tensão estendeu-se aos setores do turismo e da aviação, com diversas agências de viagens chinesas a reportarem um aumento dos pedidos de cancelamento de viagens para o Japão, enquanto companhias aéreas chinesas, incluindo de Hong Kong e Macau, ativaram políticas excecionais, oferecendo reembolsos ou alterações sem penalizações.
O Japão recebeu 7,49 milhões de visitantes chineses nos primeiros nove meses do ano, segundo dados da Organização Nacional de Turismo do Japão, fazendo da China o maior mercado emissor.
Analistas citados pela televisão estatal chinesa CCTV alertam que uma queda substancial no número de turistas chineses poderá ter um impacto significativo na economia do Japão, numa altura em que parte da procura está a migrar para outros destinos asiáticos.
De acordo com plataformas de reservas chinesas como a Qunar, a Coreia do Sul tornou-se o principal destino para viagens internacionais a partir da China, enquanto Tailândia, Vietname, Malásia, Hong Kong e Macau também estão a registar um aumento do interesse dos viajantes.
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