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Draghi: BCE precisa de mais tempo para avaliar efeito de riscos mais negativos

O crescimento da economia da zona euro enfrenta riscos mais negativos, especialmente vindos de fora, mas o BCE quer analisar os impactos antes de reagir. “O Conselho de Governadores vai dar mais tempo a si próprio para avaliar se todos estes fatores de risco afetaram a confiança”, afirmou Mario Draghi.
24 Janeiro 2019, 15h02

O Banco Central Europeu (BCE) reconheceu esta quinta-feira que os riscos ao crescimento da economia da zona euro estão mais negativos devido a incertezas em vários fatores globais, mas optou por manter inalterada a política monetária e ganhar dois meses para analisar o impacto do desenvolvimento na confiança dos agentes económicos, afirmou Mario Draghi, presidente da insituição.

Tal como esperado, na reunião do Conselho de Governadores, o banco central da zona euro manteve as taxas de juro em mínimos históricos, adiantando que vão ficar nos níveis atuais, pelo menos, até durante o verão de 2019.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, Draghi referiu que os riscos que rodeiam as perspetivas de crescimento do bloco da moeda única estão agora mais negativos, dada a persistência de incertezas como fatores geopolíticos e a ameaça do protecionismo, vulnerabilidades nos mercados emergentes e volatilidade nos mercados financeiros.

“Hoje não discutimos a implicações da mudança no equilíbrio dos riscos [nas políticas monetários]. A reunião foi essencialmente dedicada à avaliação – onde estamos e porque estamos aqui, quanto irá durar o abrandamento, irá esse abrandamento piorar ou permanecer como percurso ligeiramente mais baixo? Foram estas a perguntas colocadas”, explicou Draghi.

O italiano sublinhou que o BCE precisa de uma oportunidade para analisar e responder as estas questões: “A conclusão disto tudo é que o Conselho de Governadores vai dar mais tempo a si próprio para avaliar se todos estes fatores de risco afetaram a confiança. Vamos ter outra reunião em março, quando iremos ter também a novas projeções [económicas]”.

Mario Draghi recordou que os dados recebidos continuam a ser mais fracos do que o esperado devido à procura externa mais fraca e a alguns fatores específicos de cada país e setor e sublinhou que a persistência de incertezas em relação aos fatores geopolíticos e à ameaça do protecionismo está a no sentimento económico. O líder do BCE sublinhou que o PIB da zona euro cresceu 0,2% em cadeira no último trimestre de 2018 e, após um crescimento de 0,4% nos dois trimestres anteriores.

“Embora o impacto de alguns desses fatores deva diminuir, o momentum de crescimento no curto prazo provavelmente será mais fraco do que o previsto anteriormente. Numa análise prospectiva, a expansão da área do euro continuará a ser apoiada por condições de financiamento favoráveis, mais ganhos de emprego e salários crescentes, preços de energia mais baixos e a contínua – embora um pouco mais lenta – expansão da actividade global”, referiu.

[Atualizada às 15h12]

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