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Duplo financiamento partidário nas contas de investigação a Rui Rio e PSD

“A lei é muito clara: é para trabalhar no Parlamento, não é para trabalhar nos partidos. Daí que o Ministério Público fale em peculato e abuso de poder”, indica Nuno Cunha Rolo, presidente da Associação Cívica Transparência e Integridade, depois das buscas às sedes do PSD e à casa de Rui Rio, suspeito de peculato e abuso de poder devido ao uso indevido de dinheiros públicos.
Mário Cruz/Lusa
13 Julho 2023, 07h52

Em 2018, cinco partidos tinham funcionários pagos pela Assembleia da República que não prestavam serviço ao partido no Parlamento. Na altura, o caso foi denunciado pela revista “Sábado”, escrevendo que estes assessores são pagos com dinheiros públicos mas trabalham nas sedes nacionais ou distritais dos partidos, não sendo ainda do conhecimento público o seu salário.

O presidente da Associação Cívica Transparência e Integridade, Nuno Cunha Rolo, confessa ao “Diário de Notícias” que o uso de funcionários pelos partidos pagos por dinheiros públicos é “uma ilegalidade” e que existe “claramente um duplo financiamento”.

“A lei é muito clara: é para trabalhar no Parlamento, não é para trabalhar nos partidos. Daí que o Ministério Público fale em peculato e abuso de poder. Os partidos políticos já recebem a subvenção pública, prevista na lei, de acordo com os resultados eleitorais. Mas parece que agora há uma nova fonte de financiamento que é o Parlamento. Só que o Parlamento é para financiar trabalho parlamentar, não é para financiar partidos, trabalho partidário”, sublinha ao diário.

As buscas na sede nacional e distrital do PSD e à casa de Rui Rio colocam o partido em suspeita de crimes de peculato e abuso de poder devido à utilização indevida de dinheiros públicos, estando em causa estes mesmos funcionários.

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