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“É a França que está a ser atacada”. Macron reage a ataques na basílica de Notre-Dame

“Se somos atacados, mais uma vez, é pelos nossos valores, pelo nosso gosto pela liberdade. Não vamos desistir de nada”, assegurou Macron. Por sua vez. o primeiro-ministro gaulês frisou que “a vida democrática que alguns desejam abolir deve, mais do que nunca, seguir o seu caminho”. 
29 Outubro 2020, 16h13

O presidente francês Emmanuel Macron garantiu esta quinta-feira, 29 de outubro, que a França permanecerá firme perante o extremismo islâmico, embora reconheça que o ataque que decorreu na basílica de Notre-Dame foi cometido não apenas contra as três vítimas, mas também contra a nação, segundo a “Bloomberg”.

“Muito claramente é a França que está a ser atacada”, disse Macron depois de falar à polícia e à equipa de emergência da igreja, acompanhado pelo presidente da câmara de de Nice, Christian Estrosi. “Se somos atacados, mais uma vez, é pelos nossos valores, o nosso gosto pela liberdade. Não vamos desistir de nada”, assegurou Macron.

O presidente francês também decidiu reforçar a segurança e como tal o número de soldados mobilizados para a operação de segurança interna será aumentado de 3 mil para 7 mil, com ordens para proteger igrejas e escolas.

Por sua vez, Christian Estrosi que estava no local dos crimes há várias horas antes da chegada de Macron, apontou que uma mulher tinha sido decapitada por volta das 9 horas de quinta-feira dentro da igreja, mas não deu detalhes sobre como as outras duas pessoas morreram. O presidente da câmara de Nice revelou que, até ao momento, a polícia prendeu um suspeito.

Além do ataque em Notre-Dame, aconteceram pelo menos dois outros ataques na França na quinta-feira, enquanto na Arábia Saudita um segurança foi agredido com um objeto pontiagudo em frente ao consulado francês na cidade de Jeddah. O presidente francês acredita que os assassinatos estão relacionados.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, também já se pronunciou sobre o assunto, enquanto discursava no Senado em Paris, e frisou que “a vida democrática que alguns desejam abolir deve, mais do que nunca, seguir o seu caminho”.

As autoridades francesas estimam que desde 2015 cerca de 250 vidas foram perdidas em ataques jihadistas em solo francês, alguns organizados por redes terroristas e executados por militantes que lutaram no Iraque e na Síria, outros por atacantes solitários locais, que muitas vezes são mais difíceis de detetar e prevenir.

Os ataques surgem na sequência do assassinato do professor Samuel Paty a 16 de outubro, por mostrar um cartoon do profeta Maóme durante as aulas. O sucedido fez com que a França lançasse uma ampla repressão contra extremistas, realizando incursões, fechando uma mesquita e prometendo desmantelar grupos suspeitos e organizações.

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