A líder do Comando ConVZLA Portugal/Madeira, Lídia Albornoz, considera, em declarações ao Jornal Económico (JE), que a decisão tomada pelos Estados Unidos de colocar restrições na entrada de cidadãos da Venezuela no território norte-americano “é dura”.
Esta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu a entrada no país de cidadãos de 12 países. Na lista, inclui-se a Guiné Equatorial, que faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a que se juntam o Afeganistão, a Birmânia, o Chade, a República Democrática do Congo, a Eritreia, o Haiti, o Irão, a Líbia, a Somália, o Sudão e o Iémen.
Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turquemenistão e Venezuela estão sujeitos a restrições.
A medida foi explicada pelo executivo norte-americano como uma forma de “proteger” o país de “terroristas estrangeiros”.
Lídia Albornoz dá conta das diferenças políticas existentes entre a anterior administração de Joe Biden e a atual de Donald Trump no que diz respeito aos cidadãos da Venezuela.
“O que está a acontecer é que o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos venceu a batalha legal para poder deter um programa que havia permitido a entrada de mais de 530 mil pessoas de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, conhecido como ‘parole’. Esse programa foi criado pela administração de Joe Biden e concedia uma espécie de autorização especial para que as pessoas pudessem entrar e ficar temporariamente nos Estados Unidos, mesmo que não cumprissem os requisitos migratórios tradicionais. Agora, a autoridade da máxima instância da Suprema Corte deu luz verde para que o governo possa travar esse programa enquanto se resolve um recurso. Isso quer dizer que ainda não está definitivamente [fechado] este processo, mas permitiu-se reverter essas políticas [da anterior administração norte-americana]. Isto porque foi uma das promessas políticas feitas por Donald Trump na campanha eleitoral”, descreve Lídia Albornoz.
Lídia Albornoz diz que os venezuelanos “não conseguem compreender” como será este processo e lembra que “existem muitas pessoas que fogem de situações difíceis” nos seus países, por motivos como a falta de segurança, as crises económicas e a repressão política.
“Vão à procura de novas oportunidades onde possam ter uma vida digna junto dos seus familiares. Ao mesmo tempo, temos que reconhecer que cada país tem o direito soberano de decidir quem entra e quem sai do seu território. Assim como todos os venezuelanos querem respeito e soberania para o seu país, também devem aceitar que os Estados Unidos têm as suas regras, leis e prioridades”, diz Lídia Albornoz.
“O que nos resta como migrantes é estar sempre bem informados, atuar sempre dentro da legalidade e entender que as políticas migratórias podem alterar-se, inclusive para aqueles que já se encontram dentro do país. É duro, sim, mas faz parte da atual realidade que vai além dos desejos pessoais”, conclui a representante do ConVZLA Madeira.
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