Em Portugal, poupa-se pouco. E ainda menos se poupa a pensar nos anos da reforma, com muitas famílias a confiarem apenas e só nos rendimentos que obterão através das pensões pagas pela Segurança Social (SS). Para uma reforma digna, é “obrigatório” o regresso dos incentivos fiscais para atrair as famílias, mas também as empresas, para produtos complementares à reforma, como os Planos Poupança Reforma (PPR) ou os fundos de pensões, defende Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões, marca do grupo Ageas, em entrevista ao Jornal Económico.
A SS teve um excedente de 5,5 mil milhões de euros em 2023. Há, efetivamente, algum problema com a SS?
Mesmo assim, as pensões dos portugueses tiveram um défice de uns três, quatro mil milhões. Qual foi a folga do ano passado? Foi o facto de termos cerca de um milhão de imigrantes que fazem contribuições e que neste momento são contribuintes líquidos. Quando o sistema tem mais contribuições do que benefícios as coisas folgam.
Os imigrantes podem estar a empurrar o problema para mais tarde?
Diria que sim, na visão de muito, muito curto prazo. Hoje, há uma folga na SS, um saldo negativo que é colmatado com transferências do Orçamento Geral do Estado. As coisas estão bem. Mas o importante é perceber se o sistema vai servir para pagar pensões adequadas. Os dois conceitos importantes em termos de pensões são, por um lado, a sustentabilidade. Se vai haver dinheiro para pagar os benefícios que estão prometidos ao longo do tempo. Em segundo, quais vão ser esses benefícios? De acordo com o ageing report, que saiu em 2021, esses benefícios tenderão para 41,4% em 2070.
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