António Costa confirmou, esta terça-feira, que se demite do cargo de primeiro-ministro, na sequência da investigação do Ministério Público a São Bento e aos Ministérios do Ambiente e das Infraestruturas. Em causa está uma investigação a negócios de hidrogénio e lítio em Portugal.
Segundo Costa, “falta apurar, a verdade seja sobre que matéria for “. “Quero dizer, olhos nos olhos, aos portugueses que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer de qualquer ato censurável”, disse pouco depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) ter revelado que o Supremo Tribunal de Justiça vai analisar as referências feitas ao nome do primeiro-ministro em escutas realizadas no âmbito da investigação que data de 2019.
“Como sempre, confio totalmente na justiça e no seu funcionamento, a justiça que servi ao longo de toda a minha vida e cuja independência sempre defendi”, destacou.
No entanto, salientou ser do seu entender “que a dignidade das funções de primeiro ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e menos ainda com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.
“Por isso, nesta circunstância obviamente apresentei a minha demissão a sua excelência o Presidente da República”, anunciou António Costa, que assegurou que não volta a candidatar-se a primeiro-ministro.
“Neste momento, permitam-me agradecer, em primeiro lugar, aos portugueses pela confiança que em mim depositaram ao longo destes anos e pela oportunidade que me deram de liderar o país em momentos tão difíceis quanto exaltantes”, vincou.
De recordar que os partidos da oposição, como Iniciativa Liberal e Chega, já tinham pedido a demissão do primeiro-ministro que, recorde-se, está a ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça.
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