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E vão três: Totta também vai cobrar pelas transferências MBWay

O banco passará a cobrar transações realizadas através do MBWay, juntando-se a bancos como BPI e BCP.
7 Maio 2019, 19h34

O presidente do Santander Totta criticou hoje por várias vezes a isenção de encargos para os clientes do sistema multibanco e indicou que o banco passará a cobrar por transferências no MB Way, mas sem indicar valor.

“Aqui em Portugal temos custos de contexto interessantes, não se paga taxas nas ATM (caixas multibanco automáticas) e isso tem custos para o banco, tal como o MB Way tem custos para o banco”, afirmou Pedro Castro e Almeida, em Lisboa, na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, tendo repetido várias vezes a crítica a esta isenção nas máquinas multibanco.

Já sobre o sistema de transferências ‘online’ MB Way, o responsável indicou que o banco passará a cobrar transferências feitas através dessa ‘app’ (aplicação), juntando-se a bancos como BPI e BCP.

Pedro Castro e Almeida indicou que o banco quer que os clientes usem a ‘app’ do próprio banco para fazerem transferências ‘online’ e disse que aí o banco vai isentar de custos os clientes que têm uma relação mais ativa com o banco, podendo cobrar no caso daqueles clientes esporádicos acima de determinado limite de transações.

Referiu ainda que na ‘app’ MB Way apenas ficarão isentos os clientes jovens, mercado em que o banco tem apostado, nomeadamente universitários.

Questionado várias vazes sobre o tema MB Way, referiu o mês de julho como aquele em que haverá novidades sobre o tema, mas não avançou o valor que o Santander Totta passará a cobrar por transferências usando a ‘app’ MB Way.

O MB Way é uma aplicação (‘app’) para telemóveis que permite efetuar compras, pagamentos ou transferências de dinheiro sem ser necessária a utilização física de cartões de débito e de crédito. Foi desenvolvida pela SIBS, empresa detida pelos bancos e gestora da rede multibanco, tendo atualmente mais de 1,25 milhões de utilizadores.

Depois de nos últimos anos este sistema ter sido gratuito (os clientes não pagam pelas transferências), este ano já BPI e BCP passarão a cobrar e outros bancos deverão seguir-se, fomentando o uso das suas próprias aplicações.

O banco BCP vai cobrar por transferências bancárias feitas por MB Way a partir de 17 de junho 1,248 euros (incluindo imposto de selo). Já aos clientes que usem a aplicação do próprio banco serão cobrados 52 cêntimos (incluindo imposto do selo).

Ficam isentos desta comissão os clientes do BCP até 23 anos e aqueles que têm pacotes como programa Prestígio, o que, diz fonte oficial do banco, beneficiará “mais de um milhão de clientes, mais de metade do total” dos clientes do BCP.

Já o BPI cobra desde 01 de maio 1,20 euros por transferências que se realizem através da ‘app’ MB Way. Já na BPI App “o preçário continua isento (0 euros) para todos os clientes BPI”, disse fonte oficial deste banco.

Pela Caixa Geral de Depósitos, fonte oficial afirmou que “a Caixa não está a cobrar comissões de transações em MB Way”, ou seja, está a isentar de taxas este serviço, isto “apesar de já ter há vários meses o valor de 0,20 euros no preçário”.

O Novo Banco tem no seu preçário uma cobrança de 15 cêntimos, mas ainda não a pratica, segundo a imprensa.

No ano passado, numa conferência no Banco de Portugal, em Lisboa, um responsável do Banco Central Europeu (BCE) criticou este sistema digital de pagamentos e transferências da SIBS por ter sido desenvolvido para servir apenas clientes de bancos portugueses, quando o objetivo atual na União Europeia é criar soluções pan-europeias, segundo o jornal ‘online’ Observador.

No primeiro trimestre deste ano o número de operações realizadas com MB Way ultrapassou 10,3 milhões, tendo triplicado face ao mesmo período de 2018, segundo a SIBS.

A SIBS divulgou estes números depois de o jornal Público ter noticiado que o anúncio da criação de comissões estava a travar o número de operações através do MB Way.

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