A economia norte-americana criou uns meros 194 mil postos de emprego em setembro, o valor mais baixo desde o início deste ano e substancialmente abaixo das previsões do mercado, que apontavam para 500 mil novos postos de trabalho.
Segundo os dados do Departamento do Trabalho conhecidos esta sexta-feira, a taxa de desemprego nos EUA recuou ligeiramente, ficando-se pelos 4,8%, o valor mais baixo desde o início da pandemia e um resultado mais animador do que os 5,1% antecipados pelos analistas. Esta queda, no entanto, deveu-se sobretudo à diminuição registada na taxa de participação na força laboral.
Ainda assim, a criação de emprego desiludiu bastante e mantém os sinais de que a recuperação no mercado laboral está a acontecer a um ritmo significativamente abaixo do registado noutras áreas da economia, mostrando ainda uma volatilidade considerável. Os números de setembro foram penalizados por uma diminuição do emprego no sector público, onde se assinalam menos 123 mil empregos. Em sentido inverso, as empresas norte-americanas criaram acrescentaram 317 mil postos de trabalho.
Os maiores ganhos registaram-se no sector do lazer e hospitalidade, com 74 mil novos empregos. Seguiram-se os serviços profissionais e empresariais, com mais 60 mil, enquanto o retalho registou um aumento de 56 mil.
Estes números eram aguardados com bastante ansiedade, dada a expectativa de início da redução gradual do programa de compra de ativos da Reserva Federal norte-americana, o chamado tapering. Nos seus discursos públicos nos últimos meses, o presidente do organismo, Jerome Powell, sublinhou repetidas vezes a necessidade de se verificar uma recuperação “substancial” no mercado laboral, semelhante ao que se observa no capítulo da inflação, por exemplo.
Outro fator relevante prende-se com o fim dos benefícios acrescidos decretados pelo Congresso face à situação de desemprego, que, consideram alguns analistas e políticos norte-americanos, travaram a contratação ao reduzir os incentivos para o regresso ao mercado laboral para muitos cidadãos. No entanto, as dificuldades na contratação mantêm-se em vários sectores, contribuindo para uma maior pressão nos salários, numa altura em que a reabertura dos sectores com remunerações médias mais baixas deveria levar a uma diminuição do salário médio no país, explica Andrew Hunter, economista-chefe da Capital Economics, citado pela CNBC.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com