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Economia cabo-verdiana deverá continuar a crescer nos próximos quatro anos

FMI mostrou-se também satisfeito com a privatização da transportadora área Cabo Verde Airlines. No entanto salientou que Governo deve continuar a resolver “obstáculos” que impeçam a promoção do sector privado e a promover a arrecadação de mais impostos e redução das despesas públicas.
26 Março 2019, 14h03

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou como “positivas” as políticas macroeconómicas e fiscais implementadas pelo Governo de Cabo Verde e referiu que o país deverá continuar a crescer nos próximos quatro anos, a semelhança do que tem acontecido desde 2017. O FMI mostrou-se também satisfeito com a privatização da transportadora área Cabo Verde Airlines.

Estas constatações foram feitas pela  Chefe da Missão do FMI, Malangu Kabediy Mbuyi, durante a conferência de imprensa de balanço de mais uma missão em Cabo Verde.

Mbuyi referiu que a equipa técnica do FMI encontrou-se com vários ministros, instituições bancarias, Banco de Cabo Verde (BCV) e organizações não-governamentais, encontros que se estenderam, nesta missão, à ilha do Sal e que tinha como missão avaliar os progresso alcançados em 2019 e as perspetivas para 2020 a 2024.

“O FMI concluiu com uma visão positiva as ações do governo a nível da estabilidade financeira, do crescimento económico e fiscal, e acredita que a perspetiva de crescimento da economia cabo-verdiana registada desde 2017 poderá continuar nos próximos quatro anos”, referiu a Chefe da Missão do FMI.

No entanto salientou que Governo deve continuar a resolver “obstáculos” que impeçam a promoção do sector privado e a promover a arrecadação de mais impostos e redução das despesas públicas, porque disso depende  a criação de emprego, redução a desigualdade social .

“As exportações estão a crescer, assim como as remessas dos emigrantes e a conta corrente, o défice orçamental está a diminuir, mas o governo deverá fazer um esforço para melhorar a coleta das receitas atrasadas e melhorar a gestão das despesas”, apontou Malangu Kabediy Mbuyi.

No que concerne a gestão das empresas públicas o FMI manifestou a sua satisfação em relação a privatização da TACV, segundo Mbuyi a conclusão deste processo irá mudar os rumos da economia porque irá “repercutir nas atividades ligadas ao setor turístico e não Taurisco”

Por seu turno o Ministro das Finanças, Olavo Correia, mostrou-se satisfeito com a avaliação do FMI, mas reconheceu no entanto, o país tem ainda vários desafios a vencer, uma vez que a meta de crescimento não é de 5%, mas de 7% ao ano, o que segundo o governante exige acelerar a dinâmica de reformas a nível do sector dos transportes aéreos, marítimo, energia, gestão portuária e aeroportuária.

Para Olavo Correia Cabo Verde tem estado a construir um diálogo político nos últimos anos com o FMI, e quer que essa relação seja estreitada e reforçada.

“Temos uma boa cobertura das importações pelas reservas, um quadro fiscal que nos garante estabilidade macroeconómica não precisamos apoio financeiro do FMI, o que precisamos é o poio ao nível da concessão das políticas e das reformas e é este diálogo politica que queremos continuar tendo em conta as grandes ambições que teremos nos próximo anos”.

A missão do FMI esteve em Cabo Verde durante duas semanas, vinha decorrendo desde o dia 11 de Março.

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