As atividades económicas ligadas ao mar movimentaram um volume de negócios de 7,5 mil milhões de euros em 2016, conclui um estudo da consultora Ernst & Young (EY), divulgado publicamente esta quinta-feira, 15 de novembro. Esse volume de negócios corresponde a cerca de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) atual do país. Estas atividades empregavam na altura cerca de 100 mil pessoas e geraram um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 2,6 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 3,1% do VAb nacional.
Neste último retrato da EY, a fileira da pesca, aquicultura e indústria de pescado envolve 4.422 empresas, mais de 20 mil empregados, 1.725 milhões de euros de volume de negócios, 382 milhões de euros de VAB e 53 milhões de euros de investimento.
Para esta fileira, a EY considera que os grandes desafios são a definição, segmentação e exploração de áreas de potencial aquícola, em paralelo com a definição de áreas ambientalmente protegidas; a definição e implementação de um novo modelo de comercialização do pescado, designadamente através da aposta no controlo de origem como instrumento de qualidade e valorização da produção, com a criação de ‘regiões piscícolas demarcadas’; a reconfiguração, consolidação e valorização da indústria transformadora do pescado; estabelecimento de ‘joint-ventures’ com agentes internacionais que facilitem o valorizar, capacitar e modernizar da frota pesqueira; e a criação de novas e mais modernas unidades produtivas.
Na fileira dos transportes marítimos, portos e logística, a consultora calculou um total de 379 empresas, 4.870 empregados, 986 milhões de volume de negócios, 439 milhões de euros de VAB e 87 milhões de euros de investimento (sem incluis os operadores de terminais portuários).
Como grandes desafios para esta fileira de atividade económica, a EY elenca a necessidade de modernização e especialização da rede portuária nacional; de adoção de uma lógica empresarial na gestão integrada dos portos; na melhoria das infraestruturas e acessibilidades marítimas e terrestres e dotação do país de uma rede de plataformas logísticas e ligações em TMCD – Transporte Marítimo de curta distância, de forma integrada com o projeto europeu Autoestradas do Mar e de novas acessibilidades ferroviárias.
A EY concluiu que a fileira de construção e reparação naval envolve 339 empresas, emprega mais de três mil pessoas, gera 336 milhões de volume de negócios, proporciona um VAB de 105 milhões de euros e promoveu um investimento de 19 milhões de euros.
Para a consultora, os grandes desafios desta fileira passam pelo investimento em I&I (Investigação & Inovação); qualificação da mão-de-obra; criação de condições parta a modernização, reconversão e criação de estaleiros para novas atividades, como serviços de manutenção para embarcações de recreio; especialização e integração em rede dos estaleiros nacionais para um maior aproveitamento da capacidade instalada; apoio à especialização setorial e repartição de encomendas; estruturação de redes de subcontratação; flexibilização laboral da fileira; e organização e treino de equipas que possam trabalhar em diversos estaleiros.
Por fim, a última fileira ligada à economia do mar, é a do turismo e lazer, que, em termos gerais, envolve 71.576 postos de trabalho, 4.479 milhões de euros de volume de negócios e 1.679 milhões de euros de VAB.
Como desafios para o futuro, a consultora EY alerta para insustentabilidade a longo prazo do atuais modelos de negócios de massas/’low cost’, particularmente na Europa; assim como para a necessidade de umas aposta decisiva no combate à sazonalidade, à volatilidade, à fragmentação e à pressão ambiental sobre os destinos, através de investimentos na qualificação, inovação, diversificação e diferenciação de atividades turísticas costeiras e marítimas, potenciando as sinergias inerentes à natureza territorial das mesmas, dando como exemplo o turismo náutico e a herança cultural local, de forma a garantir a sua sustentabilidade futura.
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