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Economia estabiliza no terceiro trimestre, com PIB a crescer 1,9%

INE revela que economia cresceu ao mesmo ritmo do trimestre anterior, em termos homólogos. Na evolução em cadeia, contudo, verifica-se uma desaceleração para 0,3%.
14 Novembro 2019, 09h40

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, mantendo a mesma taxa de crescimento homóloga do trimestre anterior.

Segundo a estimativa rápida divulgada esta quinta-feira pelo INE, a procura interna registou um contributo positivo para a variação homóloga do PIB semelhante ao observado no segundo trimestre, “verificando-se uma aceleração do consumo privado, enquanto o investimento registou um crescimento menos intenso”.

O contributo da procura externa líquida manteve-se negativo, “observando-se uma aceleração das importações e das exportações de bens e serviços”.

Apesar da estabilização do PIB em termos homólogos, registou-se uma desaceleração na evolução em cadeia. Comparativamente com o segundo trimestre de 2019, o PIB aumentou 0,3% em termos reais, quando a variação tinha sido de 0,6% no trimestre anterior. Segundo o INE, há um contributo positivo da procura interna para a variação em cadeia do PIB, superior ao registado no segundo trimestre, mas o contributo negativo da procura externa líquida foi mais intenso.

 

Impactos externos

Os valores anunciados hoje pelo INE estão em linha com as previsões. A média dos valores estimados pelos economistas consultados pelo Jornal Económico apontava para a manutenção de um crescimento de 1,9% em termos homólogos, embora fosse previsível uma desaceleração no crescimento em cadeia, de 0,6% para 0,3%.

A previsão mais otimista era do Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica. Numa nota de análise publicada em outubro, antecipa um crescimento de 2,1% em termos homólogos, mas “sem alteração significativa face aos níveis de crescimento do trimestre anterior”.

As estimativas mais conservadoras pertenciam ao BPI, que para o terceiro trimestre antecipa uma desaceleração homóloga para 1,7% sobretudo devido à deterioração da procura externa, em particular a exportações.

Rui Bernardes Serra, economista chefe do Montepio que respondeu ao Jornal Económico a título pessoal, previa que a economia nacional mantenha o ritmo de expansão de 1,9% em termos homólogos, mas que haja uma desaceleração no ritmo em cadeia.

“A principal causa para o abrandamento da economia prende-se com os efeitos do abrandamento da economia europeia sobre a economia portuguesa, que só a partir do terceiro trimestre se começaram a sentir”, explicou. “Em todo o caso, refira-se que o crescimento em cadeia da economia portuguesa terá superado o da zona euro pelo sétimo trimestre consecutivo”, destacou.

Em resposta ao Jornal Económico, fonte oficial do Santander justificou a desaceleração do PIB em cadeia com o abrandamento do consumo privado, “fruto de uma potencial queda do consumo de bens duradouros”. O investimento também poderá ter abrandado, “fruto do aumento da incerteza relacionado com a conjuntura internacional, em especial ao impacto latente de um Brexit sem acordo e guerras comerciais”, explica o banco.

Já as exportações “poderão ter acelerado em termos homólogos, apesar do impacto negativo do encerramento da refinaria de Sines em setembro”, enquanto as importações “deverão ter desacelerado, embora o impacto da aquisição de aviões e do encerramento da refinaria de Sines, possa ter mitigado ou mesmo revertido essa tendência”.

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