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Economista-chefe do BCE diz que novo programa de compra de ativos não muda limites por país

BCE anunciou que vai reiniciar a compra líquida de ativos em novembro. Philip Lane explica que “os volumes de compra previstos serão consistentes com os atuais parâmetros” por um longo período de tempo.
BCE Phillip Lane
16 Setembro 2019, 17h05

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, assegurou esta segunda-feira que o novo programa de compra de ativos no valor de 20 mil milhões por mês anunciado por Mario Draghi não irá implicar a alteração dos atuais parâmetros, como o volume de aquisição por país.

“Com base nas nossas projeções sobre o tamanho e a evolução do universo comprável, estamos confiantes de que os volumes de compra previstos serão consistentes com os atuais parâmetros do APP [Asset Purchase Programme] por um longo período de tempo”, explicou Philip Lane, em Londres, segundo o discurso publicado no site do banco central.

Na quinta-feira passada, o BCE anunciou um pacote de estímulos, nomeadamente que vai reiniciar a compra líquida de ativos em novembro, com a aquisição de dívida no valor de 20 mil milhões de euros por mês durante o período em que for necessário.

“Espera-se que as compras durem o tempo necessário para reforçar o impacto acomodatício das taxas de juro e terminem pouco antes de começarmos a aumentar as principais taxas de juros do BCE”, salienta Philip Lane.

O programa de compra de ativos é uma das medidas não convencionais utilizadas pelo BCE para estimular a economia e já tinha sido utilizado anteriormente. Terminou em dezembro de 2018, ainda que o pagamento dos ativos adquiridos continuem a ser reinvestidos.

As medidas não convencionais aplicadas pelo BCE desde 2014 aumentaram em mais 0,5 pontos percentuais o crescimento e a inflação, tendo “quase metade do impacto resultado do Quantitative Easing”, segundo cálculos de Philip Lane, citados pelo banco holandês ING.

“Quando o BCE iniciou o QE em 2015, as projeções da equipa projectavan uma aceleração da inflação de 0,5% em 2014 para 1,3% em 2016”, destaca o ING, considerando que o atual risco de passar de um período de estagnação económica e baixa inflação para deflação “é provavelmente tão alto como em 2014/15”.

Na última reunião presidida por Mario Draghi, o Conselho de Governadores anunciou ainda um corte de 10 pontos base na taxa de depósito, para -0,50%, permanecendo a taxa de juro diretora na zona euro em 0% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica em 0,25%.

“As medidas que anunciámos na semana passada complementam-se umas às outras e juntas constituem um pacote poderoso”, realçou esta segunda-feira o economista-chefe do BCE. “As evidências mostram que as nossas medidas de política monetária têm sido uma resposta efectiva ao ambiente que o BCE tem enfrentado nos últimos anos”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/draghi-lanca-novos-estimulos-e-pede-aos-governos-para-gastarem-mais-489617

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