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Há festa na aldeia: Andanças regressa ao Campinho, no Alqueva

De 27 a 30 de julho, o festival Andanças promete animar a pacatez de Campinho, no concelho de Reguengos de Monsaraz, com momentos de dança e de música, partilha e celebração. E propostas da comunidade local, que apostam forte no saber-fazer.
27 Julho 2023, 07h30

Prometido é devido, e o Andanças não quer deixar os créditos em mãos alheias. Após 25 edições, esta será a segunda a ter lugar em Campinho, uma pacata aldeia do interior alentejano, no concelho de Reguengos de Monsaraz, junto ao Alqueva.

“O Andanças é uma experiência única há 25 edições. Há muitas famílias que nasceram no Andanças, casais que se conheceram no Andanças, que tiveram filhos e estes filhos já vão ao Andanças… é uma experiência que se vive em família”, afirma Joana Ricardo, da Associação PédeXumbo, organizadora do Festival, na nota enviada à imprensa.

É neste espírito de partilha e inclusão que o Andanças arranca hoje, 27 de julho, com oficinas de dança do mundo inteiro. Cabo Verde abre as ‘hostilidades’, mas prepare-se para uma viagem por danças afro-brasileiras, galegas, europeias, danças orientais e folclóricas, de Bollywood, fado dançado e as valsas mandadas, “oficinas sempre muito concorridas”, como explica Joana Ricardo. Além das famosas Chamarritas dos Açores e das danças de Porto de Mós.

Uma das particularidades do Andanças é não ter cabeças de cartaz. A motivação do público passa muito pela magia que é dançar em grupo ao ar livre e pela procura das oficinas de dança. Mas não só. Também estão previstas oficinas de instrumentos e saber-fazer, onde as vedetas dão as manualidades, as tradições que a região mantém, o know-how que aqui é transmitido aos interessados. Daí estarem previstas conversas-ateliês sobre tradições de Campinho e pintura alentejana em olaria, por exemplo, e visitas a uma fábrica de produção de tijolos rústicos para construção.

O festival que passará a ter uma periodicidade bienal inclui, ainda, performances, arruadas e várias atividades para as famílias, como oficinas de relaxamento com ioga dance, meditação coletiva, danças circulares sagradas ou massagem ayurvédica, sem esquecer as crianças, que vão ter jogos, danças de roda e brincadeiras dançadas, cantigas e brinquedos do Brasil, oficinas de origami, de circo e de feltragem, a par de um espetáculo com a assinatura do Circo VagaMundo, intitulado “O Modesto Augusto”.

 

 

A programação do festival apresenta mais de 120 atividades nos quatro dias que prometem agitar Campinho, numa edição que ostenta, pela primeira vez, o selo de “Festival + Acessível”, atribuído pelo Turismo de Portugal e pelo Instituto Nacional de Reabilitação.

As boas práticas ambientais, a sustentabilidade e o combate do desperdício alimentar também fazem parte do cardápio. «A dose certa do Andanças» é o nome dado ao convite que a organização faz aos festivaleiros para que, na cantina do festival, escolham apenas a quantidade que vão comer. Uma iniciativa, como realça Joana Ricardo, que foi considerada “uma prática exemplar pelo Fórum Europeu contra o Desperdício Alimentar”. Outro contributo para mitigar a pegada ecológica do festival é a compra de produtos da região, que além de ser uma prática mais sustentável, também contribui para a economia local.

O Andanças repensou a gestão do espaço e vai proporcionar “mais sombras, mais pontos de água, mais espaços de descanso, um campismo melhor preparado e áreas mais bem pensadas”, refere Joana Ricardo, antes de sublinhar que, “na aldeia, já só se fala no festival”, que a comunidade acolhe de braços abertos. Assim como aos visitantes que fizerem de Campinho a sua casa nos próximos quatro dias.

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