Sem surpresas, a Reserva Federal manteve os juros diretores norte-americanos inalterados entre 4,25% e 4,5% na reunião de maio e, num tom cauteloso, Jerome Powell rejeitou que o banco central tivesse qualquer pressa para baixar as taxas. Apesar dos sinais preocupantes do lado dos dados prospectivos, os números reais ainda não mostram grandes impactos das tarifas, pelo que a economia continua em bom estado e, garante o presidente, a Fed está pronta para agir, caso seja necessário.
A decisão era largamente esperada pelo mercado, e a Fed não se desviou das expectativas, mantendo os juros semSem surpresas, a Reserva Federal manteve os juros diretores norte-americanos inalterados, entre 4,25% e 4,5%, na reunião de maio. Em um tom cauteloso, Jerome Powell rejeitou a ideia de que o banco central tivesse qualquer pressa para reduzir as taxas. Apesar dos sinais preocupantes nos dados prospectivos, os números reais ainda não mostram grandes impactos das tarifas, pelo que a economia continua em bom estado e, garante o presidente, a Fed está pronta para agir, caso seja necessário.
A decisão era amplamente esperada pelo mercado, e a Fed não se desviou das expectativas, mantendo os juros sem alterações pela terceira reunião consecutiva. Na conferência de imprensa que se seguiu a este anúncio, Powell reconheceu o impacto negativo das tarifas, mas descreveu uma economia em bom estado – e um banco central preparado para agir, caso a situação se deteriore.
“Não precisamos ter pressa”, repetiu Jerome Powell várias vezes, enfatizando a necessidade de ter “mais clareza” e uma Fed “numa boa posição para deixar as coisas evoluir”.
A preocupação dos agentes económicos é evidente e já se manifesta em inquéritos de mercado, reconheceu, “mas ainda não vemos grandes efeitos económicos nos dados”. “Vemos o sentimento [a deteriorar], preocupações de que uma subida de preços esteja a caminho, […] mas esse choque ainda não nos atingiu”, resumiu.
Na realidade, o mercado laboral continua a dar sinais de vitalidade, tanto em relação ao desemprego como à criação de emprego, enquanto “a tendência implícita na inflação é positiva”, outro fator que contribui para que Powell considere que “a economia em si está em bom estado”.
Ainda assim, a política tarifária de Trump arrisca aumentar o desemprego e a inflação, colocando o banco central numa posição delicada perante o seu mandato duplo. Caso isso aconteça, Powell lembra que a Fed “tem um historial: já provamos que conseguimos agir rapidamente”.
Isso mesmo estava explícito no comunicado que anunciou a decisão desta quarta-feira. Numa mudança de linguagem em relação às comunicações mais recentes de política monetária, a Fed reconheceu que “o Comité está atento aos riscos de ambos os lados do seu mandato duplo e considera que os riscos de mais desemprego e mais inflação aumentaram”, um sinal claro do risco de estagflação na maior economia do mundo.
Recorde-se que a leitura mais recente mostrou que o crescimento desiludiu no primeiro trimestre, com o PIB a recuar 0,3% em termos anualizados – embora esta descida tenha sido motivada sobretudo pelas importações, que dispararam com a tentativa de inúmeros empresários norte-americanos de anteciparem compras ao exterior.
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