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EDP Renováveis afunda mais de 10% com Trump presidente

Investidores temem medidas de Donald Trump que possam colocar em causa a aposta do país, um mercado importante para os EUA, nas energias renováveis. EDP afunda mais de 5,6%.
6 Novembro 2024, 11h58

A EDP Renováveis está a afundar 10,13% para 11,36 euros esta quarta-feira, no dia em que Donald Trump foi eleito o novo presidente dos EUA, um mercado bastante importante para a elétrica. Já a EDP afunda 5,68% para 3,372 euros.
A EDP Renováveis conta com mais de 50% da sua potência de 17 gigas na América do Norte, maioritariamente nos EUA, onde tem instalados quase 7,5 gigas.

Do EBITDA total de quase 1.300 milhões de euros até setembro, mais de metade (quase 700 milhões) teve origem na América do Norte, precisamente.

A companhia anunciou hoje uma queda de mais de 50% nos lucros até setembro para os 210 milhões de euros.
Olhando para os resultados, o Goldman Sachs considerou que foram em linha com as expetativas, acreditando que a companhia poderá atingir o intervalo mais baixo do EBTIDA projetado para este ano: 1,6 mil milhões de euros.

“Acreditamos que a previsão para o EBITDA subjacente de 1,6 mil milhões de euros ainda é alcançável, especialmente, se fossemos assumir a normalização nos fatores de carga. Acreditamos que o foco hoje vai ser o resultado das eleições norte-americanas”, segundo os analistas do banco norte-americano.

Neste momento, nenhum dos principais canais televisivos nos EUA declarou a vitória de Donald Trump, mas a sua vitória em vários estados-chave faz antecipar a sua vitória, estando perto de atingir os 270 votos necessários para conquistar o colégio eleitoral.

Recorde-se que Donald Trump é visto como um opositor à transição energética, o que poderá explicar o movimento dos investidores hoje em relação à EDP Renováveis.

A companhia, no entanto, tem desvalorizado uma vitória de Trump, apontando que as políticas de energias renováveis são decididas principalmente ao nível estadual e não na Casa Branca.

O lucro da EDP Renováveis afundou 53% até setembro para 210 milhões de euros, penalizada pelo descida do preço médio de venda de eletricidade e por menos ganhos com a rotação de ativos, anunciou hoje a empresa.

Apesar da produção de eletricidade ter aumentado 5%, com nova potência e melhores recursos renováveis, “principalmente nos EUA”, e das receitas terem subido 5%, a questão é que o preço médio de venda registou uma queda de 4% para os 59,4 MW/h, devido a “preços de eletricidade mais baixos na Ibéria, compensados pela geração coberta a preços competitivos, preços resilientes na América do Norte e preços mais altos no Brasil”.

Destaque para os ganhos de 179 milhões de euros com a venda de ativos, mas abaixo do registado em período homólogo.

Já o EBITDA recorrente recuou 9% para 1.294 milhões de euros, com a menor venda de ativos face a período recorrente.

O lucro desceu assim para os 210 milhões de euros “com o aumento de receitas operacionais a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos face ao período homólogo”.

A produção de eletricidade subiu 5%, mas os recursos eólicos ficaram “abaixo da média de longo prazo, principalmente no Brasil, e algumas perdas de curtailment, particularmente nos EUA e em Espanha. A Europa e a América do Norte representaram 31% e 55% da produção total, respetivamente, com a energia eólica onshore a representar 85% enquanto que a energia solar representou os 15% remanescentes”.

Já o investimento bruto “totalizou €2,3MM nos 9M24, com >80% do seu Capex investido na Europa e América do Norte, refletindo o foco da EDPR nos seus mercados principais de baixo risco”.

E a dívida líquida “totalizou €7,8MM, um aumento de +€2,0MM em relação a dez-23, refletindo os investimentos de caixa feitos no período”.

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