Marques Mendes afirmou que a situação com os imigrantes que trabalham nas explorações agrícolas em Odemira o deixaram “indignado”, sublinhando que “há várias entidades com responsabilidades” nos problemas desta semana, a começar pelo autarca de Odemira, passando para o Governo e terminando na CGTP.
“Há entidades com responsabilidades, o autarca de Odemira não fez o que podia e devia. Tem responsabilidade, está lá há 12 anos. As centrais sindicais são outro exemplo, estamos a falar de trabalhadores sujeitos às mesmas leis dos portugueses, normalmente [as centrais sindicais] manifestam-se por tudo e por nada, aqui podiam ter feito alguma coisa, mas o país nunca notou. A CGTP tem que mudar um bocadinho de atitude”, disse o comentador da SIC.
Sobre a atuação do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o ex-líder do PSD afirmou que este “foi desajeitado, trapalhão, e depois no discurso foi inaceitável”. “Tudo se resolvia se houvesse diálogo, entre o ministro e aquele empreendimento turístico, o Zmar, o que significa que isto foi uma trapalhice, uma coisa inacreditável e o seu comportamento foi inadmissível para a posição que ocupa”.
O comentador considera que a responsabilidade sobre a atuação de Eduardo Cabrita é de António Costa e sublinha que o ministro da Administração Interna “já devia ter saído do Governo há muito tempo”. “O primeiro-ministro já devia tê-lo chamado à razão. O primeiro-ministro não demite ninguém, mas já devia ter obrigado Cabrita a retratar-se dos comentários que fez”, acrescentou.
No entanto, Marques Mendes alertou para o facto de existir uma secretária de Estado para a Integração e as Migrações que “ninguém lhe conheceu a cara, até parece que está desaparecida em combate”. Acrescenta que “toda a gente do Governo anda a esconder-se atrás do ministro Cabrita”, visto que “ele é o bombo da festa”.
“A primeira reflexão que nos ocorre é a seguinte: parece que temos dentro de Portugal dois países, temos o país da Web Summit e da Cimeira Europeia, e temos o país sem decência de Odemira que viola direitos fundamentais, chega a parecer um país do terceiro mundo. Isto envergonha o país. Temos de arranjar uma solução. Ao Ministério do Trabalho, perante estas situações que o país todo viu, exigia-se muito mais, mas fecharam os olhos”, rematou, no “Jornal da Noite” da SIC deste domingo.
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