Marques Mendes considera que o ministro da Administração Interna teve uma atuação “desastrosa” durante a última semana.
“A atuação do ministro da Administração Interna foi desastrosa. Eduardo Cabrita foi um verdadeiro incendiário”, disse este domingo, 28 de julho, o comentador no seu espaço semanal na SIC.
“Começou por atirar forte e feio ao presidente da camara de Mação, que desabafou em público a falta de meios” para combater os incêndios florestais que queimaram mais de 9.500 hectares nos municípios de Mação e de Vila de Rei.
O Governo e o autarca de Mação abriram esta semana uma guerra de palavras devido aos fogos florestais que assolaram aquela região do distrito de Santarém nos últimos dias. Depois de Vasco Estrela criticar a falta de meios no terreno para combater os incêndios, o ministro da Administração Interna acusou o autarca de Mação de ser “verdadeiramente um comentador televisivo, porque a seguir a cada briefing aparecia nesta televisão ou noutras a fazer comentários”.
A outra atuação “desastrosa” de Eduardo Cabrita esta semana foi a questão dos kits anti-fogos e das golas antifumo que são inflamáveis.
“No primeiro momento, acusou a comunicação social de ser irresponsável, o ministro foi novamente incendiário. Deu o dito por não dito nos kits. Primeiro, a culpa era da comunicação social, depois instaurou um inquérito”, criticou.
Este domingo o Governo responsabilizou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) pela compra das golas antifumo que são inflamáveis.
“Os contratos, caderno de encargos, as condições de seleção dos concorrentes, é da responsabilidade da Autoridade Nacional da Proteção Civil”, disse o secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves.
O Governo reagiu assim à notícia do Jornal de Notícias deste domingo de que a secretaria de Estado da Proteção Civil coordenou os convites realizados a cinco empresas para a apresentação de preços, adjudicação, minuta de regras e elaboração do contrato. A ANEPC pagou 202.950 euros por 70 mil kits de proteção para os fogos florestais.
No sábado, o Jornal de Notícias avançou que a Autoridade Nacional da Proteção Civil pagou 1,80 euros por cada gola, num total de 125 mil euros, quando o valor de mercado por peça, ronda os 63 e os 74 cêntimos (com IVA).
Na sexta-feira, Eduardo Cabrita rejeitou responder diretamente a questões relacionadas com esta polémica, afirmando que as golas não são “material de combate a incêndio”. No dia seguinte, o ministro anunciou a instauração de um inquérito.
https://jornaleconomico.pt/noticias/governo-responsabiliza-protecao-civil-pela-compra-das-golas-antifumo-inflamaveis-472731
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