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Egipto apresenta plano de 53 mil milhões de dólares para reconstruir Gaza

O plano apresentado contraria a visão do presidente norte-americano para a ‘Riviera do Médio Oriente’, definindo que são necessários cerca de 53 mil milhões de dólares para a reconstrução desta faixa e visa marginalizar o Hamas e propõe o eventual controle da autoridade palestina na faixa.
Lusa
6 Março 2025, 13h04

O Egipto apresentou o seu plano para reconstruir Gaza, que obteve a aprovação dos estados árabes que lidera. Já a Casa Branca rejeitou o plano afirmando que a “proposta atual não aborda a realidade de que Gaza é, atualmente, inabitável”, segundo a CNBC.

O plano apresentado contraria a visão do presidente norte-americano, Donald Trump, para a ‘Riviera do Médio Oriente’, definindo que são necessários cerca de 53 mil milhões de dólares para a reconstrução desta faixa e visa marginalizar o Hamas e propõe o eventual controle da autoridade palestina na faixa.

Os estados árabes reuniram-se de emergência na passada terça-feira, para rever o plano do Egipto. Num comunicado final, os estados instaram a comunidade internacional e as “instituições financeiras internacionais e regionais a fornecer o suporte necessário para a realização do plano”.

A proposta não clarifica quem é que deverá pagar a fatura da reconstrução de Gaza, no entanto, especula-se que poderá haver uma contribuição europeia, bem como de estados mais ricos do Golfo como a Arábia Saudita e o Catar.

Apesar de ter obtido alguma aprovação, o plano também teve algumas críticas, nomeadamente por omitir respostas sobre as questões de quem irá governar a faixa, qual o futuro do Hamas e o financiamento. Perante estas questões o projeto enfrenta “alguns obstáculos reais para se tornar realidade”, refere o professor da universidade de Georgetown, no Catar, Paul Musgrave.

Segundo Musgrave, o plano evita duas das maiores questões “o Hamas concordaria com as pré-condições políticas para tornar o plano uma realidade? E os israelitas concordariam em permitir o acordo político de uma autoridade palestina unificada em Gaza?”.

Israel já criticou o plano, tendo afirmado que antes que as negociações fossem para a frente é necessário que o Hamas libertasse todos os reféns israelenses em Gaza.

O plano para a reconstrução de Gaza divide-se em três fases, com um prazo final para 2030. A primeira fase terá uma duração de seis meses e um custo de três mil milhões de dólares, e vai focar-se na remoção de entulho.

Já a segunda fase, durará dois anos e custará 20 mil milhões de dólares, e vai-se focar na reconstrução de unidades habitacionais para 1,6 milhões de pessoas e no restabelecimento de instalações de serviços e redes.

Na última fase do plano é esperado um custo de 30 mil milhões de dólares e uma duração de dois anos e meio. Aqui o plano terá como objetivo continuar a restabelecer as instalações de redes e serviços necessários e na reconstrução de mais habitações para 1,2 milhões de pessoas.

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