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Eleição de liderança executiva marca próxima cimeira da União Africana

Devido à pandemia, os representantes dos 55 Estados-membros da organização não viajarão a 6 e 7 de fevereiro para Adis Abeba, Etiópia, onde se localiza a sede da União Africana.
4 Fevereiro 2021, 18h20

Os chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) reúnem-se em cimeira virtual no próximo fim de semana com as atenções centradas na pandemia de covid-19 e na eleição na nova liderança executiva da organização.

Por causa da pandemia, cuja segunda vaga está a afetar muito mais duramente o continente africano, os representantes dos 55 Estados-membros da organização não viajarão a 6 e 7 de fevereiro para Adis Abeba, Etiópia, onde se localiza a sede da União Africana.

A cimeira decorrerá ‘online’ e a agenda irá concentrar-se na “herança cultural africana” e abordar a resposta da organização à pandemia de covid-19, que já causou mais de 93 mil mortos e mais de 3,6 milhões de infeções registadas no continente.

De fora do programa, devido aos constrangimentos relacionados com o formato da cimeira, deverão ficar este ano as questões de paz e segurança, que habitualmente ocupam grande parte da agenda das cimeiras anuais da organização.

Além da passagem da presidência rotativa da União Africana da África do Sul para a República Democrática do Congo (RDCongo), todas as atenções deverão estar centradas na eleição dos novos presidente e vice-presidente da Comissão da União Africana, o principal órgão executivo da organização.

A presidência da Comissão é disputada apenas pelo chadiano Moussa Faki Mahamat, que procura uma reeleição que não está garantida, uma vez que terá de conseguir a aprovação de dois terços dos países.

Eleito há quatro anos, Moussa Faki assegura ter o apoio dos países francófonos e, entre os lusófonos, pelo menos Cabo Verde já lhe declarou publicamente o seu voto.

No entanto, os países da África Austral têm um entendimento crítico da prestação do atual presidente da comissão, que caso não obtenha os apoios necessários permitirá à UA abrir o lugar a outros candidatos.

Moussa Faki e a sua equipa ficarão então interinamente à frente da organização até uma próxima cimeira eletiva que deverá ocorrer dentro de seis meses.

O atual presidente da Comissão oficializou há pouco mais de duas semanas a sua recandidatura e tem vindo a fazer campanha diplomática junto dos Estados-membros, tendo-se deslocado a vários países, incluindo Cabo Verde ou a Serra Leoa.

A União Africana foi criada a 11 de julho de 2000 para substituir a Organização da Unidade Africana (OUA), fundada a 25 de maio de 1963, e reúne atualmente 55 estados-membros, incluindo os lusófonos Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

A presidência da organização é rotativa entre países pelo período de um ano e a gestão executiva é assegurada por uma comissão constituída por um presidente, um vice-presidente e oito comissários, eleita para mandatos de quatro anos.

Os chefes de Estado e de Governo dos 55 Estados-membros reúne-se anualmente em assembleia na sede da organização, em Adis Abeba, na Etiópia.

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