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Eleições: Catarina Martins assume legislatura por inteiro, menos decisões tomadas sem a esquerda

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, garantiu esta quarta-feira que o partido assume, por inteiro, os últimos quatro anos, mas ressalva que não se pode responsabilizar pelas “decisões que foram tomadas completamente à margem do entendimento à esquerda”.
  • Catarina Martins
2 Outubro 2019, 21h02

No final de uma visita ao Centro de Medicina do Sono, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Catarina Martins foi questionada sobre as responsabilidades que o partido assume, ou não, em relação àquilo que correu mal durante a legislatura que agora termina.

“O Bloco de Esquerda orgulha-se deste caminho de quatro anos e assume-o por inteiro, com o que correu bem e com o que correu mal. Agora nós não podemos é assumir aquelas decisões que foram tomadas completamente à margem do entendimento à esquerda”, afirmou.

Entre os exemplos daquilo que os bloquistas não assumem, uma vez que foram decisões tomadas com os partidos da direita, está a entrega do Banif ao Santander ou o Novo Banco à Lone Star.

“O Bloco de Esquerda não esconde nenhuma das suas responsabilidades e eu tenho dito, acho eu, todos os dias que cada passo que foi dado para melhorar as condições de vida das pessoas, protegendo as pensões, puxando pelos salários, defendendo os serviços públicos, são passos de que nos orgulhamos e ainda bem que fizemos, mas não temos nenhum olhar triunfalista sobre o que foi feito nos últimos quatro anos porque sabemos que há ainda muito por fazer”, sintetizou.

Na perspetiva da líder do BE, a seriedade na política é assumir “tanto o orgulho no caminho que foi feito”, mas “também as suas debilidades e os compromissos para o futuro”.

“Seguramente, assumimos o que falta fazer no combate às rendas da energia, mas não podemos assumir as votações que foram feitas entre o PS e a direita para proteger a EDP e as suas rendas excessivas, mas assumimos o que faltou, sim”, assegurou.

A saúde é outra das áreas em que Catarina Martins assume as limitações da solução governativa.

“E quando vemos os concursos ficarem vazios, seja para médicos, seja para professores, quando vemos, por exemplo, como técnicos especializados, das mais variadas áreas, acabam por sair dos serviços públicos para ir para o setor privado, sabemos que se falhou porque hoje sentimos a falta desses profissionais para que os serviços públicos funcionem”, lamentou.

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