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“Eleições devem ser o mais depressa possível”: PS diz-se “preparado” para nova fase

À saída do Palácio de Belém, Pedro Nuno Santos respondeu ao primeiro-ministro lembrando-o que “aquilo que o Governo tem apresentado de bom é aquilo que já era bom no país há um ano”. Sobre governabilidade, líder socialista exige do PSD “nada mais” do que as condições que o PS deu à AD desde março do ano passado.
12 Março 2025, 13h33

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, assinalou, à saída da audiência no Palácio de Belém, que as eleições antecipadas “devem ser o mais depressa possível”, declarando-se “preparado” para a nova fase da vida política que se abriu com a queda do Governo.

Reconhecendo que não era o cenário “desejável”, o líder do principal partido da oposição disse que as eleições legislativas antecipadas são, neste momento, “a única forma que temos de clarificar a situação política em Portugal”. E, por isso, “não devemos olhar para os atos eleitorais como sendo um estorvo para a nossa vida politica e democrática. Pelo contrário, é uma oportunidade para desbloquearmos a crise política em que estamos e de iniciarmos uma nova fase da vida política com estabilidade e confiança nas instituições, com confiança no Governo, com confiança no primeiro-ministro”, defendeu.

Essa clarificação, continuou, “é fundamental para que o país possa seguir em frente, resolver os seus problemas, os antigos, os novos, e os que não foram resolvidos no último ano”.

E respondendo ao que Luís Montenegro tem enaltecido nas suas intervenções, Pedro Nuno Santos notou que “aquilo que o Governo tem apresentado de bom é aquilo que já era bom no país há um ano”.  “Na realidade temos é outros problemas, que não só não iniciaram a sua resolução, como se agravaram, é o caso da saúde, onde o Governo tem revelado uma profunda incompetência”, afirmou Pedro Nuno Santos, acentuando que o Executivo composto pelo PSD/CDS, depois da “distribuição do excedente que herdou do governo anterior”, não conseguiu “trazer mais nada para o país”, não se vislumbrando na Aliança Democrática “um propósito” ou um “desígnio” para a economia.

O secretário-geral do PS deu até dois exemplos de coisas positivas que o Governo tem feito referência: a construção do novo carro elétrico da Volkswagen na AutoEuropa e a fábrica de baterias de lítio em Sines. Investimentos que “já estavam previstos e cujo o processo foi iniciado pelo PS e não por este Governo”, reclamou o líder socialista. “Este [Governo] dá a continuidade, é sempre importante, mas não é autoria de nenhum membro deste Governo, muito menos do primeiro-ministro”, acrescentou.

Questionado sobre a averiguação preventiva à Spinumviva pela Procuradoria-Geral da República, Pedro Nuno Santos não quis tecer comentários, preferindo “aguardar com cautela e respeito pelo trabalho das outras instituições do nosso Estado democrático”. Assinalou ainda assim o “manto de suspeição” que torno do primeiro-ministro.

Sobre as eleições, Pedro Nuno Santos não quis dar pistas sobre a reunião que a delegação do PS teve com o Presidente da República, mas garantiu que o PS e ele próprio estão “preparados para esta nova fase da vida portuguesa”, esperando que as eleições “sejam um momento clarificador”.

Reafirmando que a crise política tem como único responsável o atual primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos garante que o PS vai estar nesta campanha “para ganhar “, sendo esse o único cenário em que trabalha.

Questionado sobre a hipótese de vir a ganhar eleições mas sem maioria absoluta, o líder socialista disse esperar do PSD a mesma postura que o PS teve com o Governo ao longo do último ano. “Aquilo que fizemos durante o último ano na oposição foi garantir condições de estabilidade para que a AD pudesse governar, não exigimos nada mais do que o mínimo que o PS deu ao país e à AD. É o mínimo que o PS tem o direito de exigir”, rematou.

O Parlamento chumbou esta terça-feira a moção de confiança ao Governo, sem surpresas, apesar de o debate ter tido suspense até ao fim, com o PSD a tentar que o PS reduzisse o tempo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), admitindo a suspensão da sessão caso os socialistas aceitassem os termos propostos do escrutínio à empresa do primeiro-ministro.

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