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Eleições na África do Sul: partido de Mandela arrisca perder o poder

Cerca de 30 anos depois, o ANC está prestes a sucumbir ao caos que se instalou no país. Insegurança, desastre económico, apagões e por último uma grande perceção de corrupção marcam o ambiente político.
24 Maio 2024, 15h00

A África do Sul vai às urnas a 29 de maio e a maioria dos analistas – suportados pelas sondagens – antecipa que as eleições gerais serão essenciais para o futuro do país e marcantes do ponto de vista político. Por uma razão simples: o partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC), pode perder a maioria pela primeira vez desde que Nelson Mandela venceu 1994. É a sétima eleição geral que a África do Sul realiza desde o fim do governo da minoria branca, há 30 anos e um recorde de 27,8 milhões de pessoas estão registadas para votar, num quadro em que a popularidade do partido ‘de sempre’ está ao pior nível de sempre. Recorde-se que desde que chegou ao poder, o ANC nunca ganhou a não ser com maiorias absolutas – mês que estas venham a minguar: em 2019, data das últimas eleições, o partido ficou pela primeira vez abaixo da fasquia dos 60% (obteve 57,5% dos votos).

As reticências dos sul-africanos face ao partido no poder tem várias variantes, mas a primeira delas surge da perceção de corrupção que atravessa toda a sociedade. Os problemas sentidos pelo ex-presidente Jacob Zuma são disso exemplo mais que suficiente. Mas não só: o ambiente de criminalidade violenta que está a aumentar – e que aproxima o país do que se passava no final do século passado: os jornais do país dizem que há um homicídio a cada 20 minutos. Em paralelo, a economia dá mostras de grande incapacidade – e o país, que já foi considerado o mais rico do continente africano, está agora a passar por dificuldades que há dez anos ninguém conseguia antecipar. Os apagões de energia elétrica e a falta de água são duas das consequências mais óbvias da crise económica – que a população tende a não compreender, exatamente porque o país já foi rico. Para piorar, os serviços do Estado são, quando existem, caóticos e não chegam a toda a população.

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