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Eleições no leste da Alemanha colocam pressão no governo de Merkel

As atenções estão concentradas na Saxónia e em Brandemburgo, estados da antiga Alemanha Oriental. Já passaram três décadas desde a queda do muro de Berlim e, no leste da Alemanha, o tema da reunificação tornou-se factor de divisão política
30 Agosto 2019, 15h40

Os alemães vão às urnas no domingo, 1 de setembro, para escolher os próximos líderes regionais da Saxónia e Brandemburgo para os próximos cinco anos e, de acordo com a “Bloomberg“, as sondagens apontam que a Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita, obtenha uma fatia considerável dos votos e, por isso, as eleições regionais podem determinar o futuro do governo de Angela Merkel.

Não só o AfD poderá ter um resultado surpreendente, como os parceiros de coligação da CDU, partido de Angela Merkel, deverão sair ainda mais enfraquecidos, depois de já terem tido resultados abaixo do esperado nas últimas eleições europeias, realizadas em maio, colocando à prova a sobrevivência e estabilidade do executivo da chanceler Merkel.

As atenções estão concentradas na Saxónia e em Brandemburgo, estados da antiga Alemanha Oriental. Já passaram três décadas desde a queda do muro de Berlim e, no leste da Alemanha, o tema da reunificação tornou-se fator de divisão política.

O AFD assume-se como defensora da revolução pacífica de 1989, com o partido a defender uma “correção política” por acreditar que a Alemanha é tão antidemocrática como no tempo em que a Alemanha Oriental estava alinha com a política comunista da antiga União Soviética.

O tema de 1989 parece ser uma boa estratégia para o AfD, tendo em conta que há muitos alemães descontentes com o percurso do pais, depois da reunificação. E mesmo que alguns dos líderes dos protestos dos anos 1980, de acordo com a Euronews, se apresentem indignados com o facto de a AFD reivindicar a revolução, facto é que as sondagens eleitorais dão um incentivo na futura influência política da AfD.

O AfD já tem representação parlamentar no Bundestag, o Parlamento germânico, está representado em todas as assembleias do país e a leste, onde a sua linha política é mais dura, de acordo com o “Deutsche Welle”, a sua influência poderá crescer.

O partido tem cerca de 13% de apoio em todo o país, mas na Saxónia as intenções de voto chegam aos 25% e, em Brandemburgo, aos 21%.Esses resultados são impulsionados em parte por um discurso anti-imigração.

Se o AfD se tornar o partido mais forte em qualquer um dos dois estados, será a primeira grande vitória em seis anos de existência.

Uma vitória também aumentaria o ímpeto do partido antes das eleições de outubro no Estado da Turíngia, lar de um dos líderes mais extremistas da AfD, Björn Höcke.

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