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Eleições nos EUA: quais são as diferenças entre candidatos do lado da economia?

Com as tendências de vitória a mudarem de uma candidatura para a outra, aprofundam-se as diferenças entre Kamala Harris e Donald Trump nas áreas ligadas à economia.
George W. Bush inicia o seu discurso durante cerimónia presidencial de Inauguração no Capitólio.
4 Setembro 2024, 15h18

“Em julho, parecia quase certa a vitória do candidato do Partido Republicano, Donald Trump, nas eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para 5 de novembro de 2024 (a tomada de posse deverá ser a 20 de janeiro de 2025). Contudo, os problemas de saúde do atual presidente dos EUA, Joe Biden, provocaram uma queda significativa da sua popularidade”. Num research da XTB, a consultora evidencia ainda que “a tentativa de assassinato do candidato republicano, Donald Trump, durante uma ação de campanha em Butler, na Pensilvânia (um dos estados decisivos), parecia garantir a sua vitória na corrida presidencial”.

Vale a pena sublinhar, no entanto, que “a campanha de Donald Trump concentrou-se em atacar as políticas e a atitude de Joe Biden, razão pela qual a mudança na candidatura do Partido Democrata, que escolheu a atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, alterou a corrida eleitoral para as presidenciais norte-americanas”.

Sendo certo que “os candidatos Donald Trump e Kamala Harris apresentam visões díspares em diversas áreas políticas”, a XTB evidencia que, “em termos de impostos, o candidato republicano sugere uma tarifa básica sobre importações e cortes nos impostos de particulares, enquanto a candidata democrata propõe um imposto mínimo de 25% para os muito ricos e um aumento da taxa do imposto sobre as sociedades”.

Relativamente à guerra na Ucrânia, “Donald Trump procura um fim rápido, apontando para uma diminuição do apoio dos EUA à Ucrânia. Kamala Harris defende, por sua vez, uma ajuda incondicional à Ucrânia”. Já no que tem a ver com o conflito Israel/Hamas, “os dois candidatos apoiam Israel, mas Kamala Harris considera mais as vozes palestinianas”.

Sobre a China e Taiwan, “Donald Trump vê a China como uma ameaça e apoia tarifas altas a aplicar à segunda maior economia do mundo. Kamala Harris mantém relações moderadas com a China”.

Em relação às criptomoedas, “o candidato republicano quer reduzir a regulamentação, mas a candidata democrata defende mais regulação”. No que diz respeito ao clima, “o Partido Democrata quer dar prioridade energia convencional, contudo, o Partido Democrata aposta na energia verde”.

Quanto à Reserva Federal (Fed), “Donald Trump quer mais controlo sobre o banco central norte-americano, enquanto Kamala Harris defende a sua independência”.

Por fim, “o candidato republicano é visto como um candidato que pode apoiar empresas com menos impostos; por outro lado, a candidata democrata, apoiada pelas Big Tech, defende um aumento de impostos sobre as mesmas e uma abordagem rigorosa em fusões e legislação anti concorrencial”.

No quadro destes grandes temas da economia, a consultora refere que “as eleições presidenciais nos EUA são cruciais para Wall Street, com diferenças significativas nas agendas económicas de Donald Trump e Kamala Harris. Os republicanos propõem cortes nos impostos e um aumento da produção de petróleo, o que poderia beneficiar os mercados. Os democratas planeiam aumentar os impostos sobre as empresas de 21% para 28%, o que pode impactar negativamente a economia. Historicamente, o Índice S&P 500 teve desempenhos positivos independentemente do partido vencedor, mas as crises económicas podem influenciar esses resultados”.

No que diz respeito ao petróleo, “a vitória de Kamala Harris poderia levar a um aumento dos preços devido à sua relutância em aumentar a produção, enquanto Trump poderia promover a autossuficiência energética”.

As políticas de ambos os candidatos também afetariam o valor do dólar, “com Harris potencialmente a enfraquecê-lo e Trump a fortalecê-lo, embora ambos prefiram taxas de juro mais baixas, o que pode ter efeitos mistos”.

Recorde-se que o candidato vencedor das eleições precisa de obter mais de 270 votos eleitorais, o que significa que não é necessário ter a maioria dos votos populares, ao contrário do sistema de votação por maioria simples. No Colégio Eleitoral, um candidato pode conquistar a presidência com uma pequena margem de votos em Estados decisivos, conhecidos como swing states, onde as sondagens não favorecem claramente nenhum dos candidatos. Este ano, os swing states incluem Nevada, Arizona, Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte.

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