A subida dos preços da eletricidade continua a acentuar-se e ameaça tornar-se numa dor de cabeça para as empresas e famílias em 2019. As famílias apenas irão sentir o impacto em 2019, quando entrarem em vigor os novos tarifários. No caso das empresas, dependerá da forma como gerem a fixação dos seus preços de eletricidade.

A justificação reside essencialmente em três fatores: a alta dos combustíveis fósseis, o verão mais quente e, muito importante, os preços muito elevados que se tem de pagar pelos direitos de emissão de CO2, que atingiram máximos de 10 anos.

Independentemente dos objetivos e resultados da política da UE para o carbono, na qual se inclui o sistema de transação de emissões de CO2, estamos perante um efeito secundário relevante. Ao afetar materialmente os preços da eletricidade, as licenças de emissão de CO2 transformaram-se num “imposto” pago pela generalidade dos agentes económicos e não apenas pelos setores que a política para o carbono pretendia influenciar (e que repassam os aumentos).

O bolso das famílias e a competitividade da economia europeia serão as principais vítimas.