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Elisa Ferreira defende que despovoamento do interior fica resolvido se existir pensamento estratégico entre o Estado e os municípios

Elisa Ferreira disse ainda que as pessoas, para ficarem em locais do interior, “têm de ter sistemas de serviços públicos, que incluam a saúde, a educação, a cultura”, e considerou que “essa escala não existe em Portugal” tal como acontece em outros países europeus como a Grécia.
Cristina Bernardo
10 Abril 2025, 13h46

A antiga comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, afirmou que só se poderá evitar o despovoamento no interior, e a concentração de pessoas no litoral, se for resolvido “o problema de falta de escala e de pensamento estratégico” entre o Estado central e os municípios.

A posição foi defendida por Elisa Ferreira em conversa com o ex-ministro do Plano e Administração do Território, entre 1985 e 1995, Valente de Oliveira, durante o lançamento do podcast ‘Causa Comum’, que antecede o Fórum das Políticas Públicas 2025 que terá lugar no Iscte a 29 de abril onde será apresentado o estudo sobre ‘Os portugueses, a desconcentração e a descentralização das políticas públicas’.

Elisa Ferreira disse ainda que as pessoas, para ficarem em locais do interior, “têm de ter sistemas de serviços públicos, que incluam a saúde, a educação, a cultura”, e considerou que “essa escala não existe em Portugal” tal como acontece em outros países europeus como a Grécia.

“Há o nível central e depois há o nível do município, porque as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), que eram embriões de futuras regiões, ficaram num limbo em que, de facto, não têm legitimidade democrática para tomar decisões, nem têm orçamento”, defendeu Elisa Ferreira.

Já Valente de Oliveira concordou com a análise feita por Elisa Ferreira ao afirmar que é “preciso dar legitimidade democrática a órgãos de decisão que não fiquem dependentes, como órgãos periféricos, de uma instância central”.

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