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Elon Musk e outros líderes tecnológicos apelam à ONU a proibição de “robôs assassinos”

Segundo alertam os especialistas, estes projetos de inteligência artificial “ameaçam tornar-se na terceira revolução na guerra”.
22 Agosto 2017, 16h53

Mais de uma centena de líderes tecnológicos, entre eles Elon Musk, solicitaram à Organização das Nações Unidas (ONU) que proibissem o desenvolvimento internacional dos robôs inteligentes e autónomos, chamados de “robôs assassinos” que, segundo advertiram especialistas, numa carta aberta, “as armas letais autónomas ameaçam tornar-se a terceira revolução na guerra. Uma vez desenvolvidas, irá permitir que os os conflitos armados lutem numa escala maior do que nunca”, noticia o espanhol Expansion.

Os líderes salientam ainda na carta, que foi divulgada na sequência de uma conferência sobre inteligência artificial, iniciada esta terça-feira na Austrália, e conta com a assinatura de 116 líderes tecnológicos oriundos de 26 países diferentes, que estes “robôs assassinos” podem tornar-se “armas de terror” a serem utilizada por “disputas e terroristas” contra pessoas inocentes ou a serem pirateados para que o comportamento altere indesejavelmente.

“Não temos muito tempo para agir. Uma vez que a caixa de Pandora é aberta, fechá-la será difícil”, cita o jornal espanhol a carta dirigida aos Estados Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Certas Armas Convencionais, que em 2016 tomaram a decisão de iniciar discussões abertas formais em Genebra sobre armas autónomas e as possíveis implicações do seu desenvolvimento, e concordaram em determinar um grupo de especialistas governamentais, sendo que a primeira reunião está marcada para novembro deste ano.

Ativistas dos direitos humanos também alertaram para o investimento na criação desta tecnologia inteligente em pelo menos seis estados, enquanto que os especialistas avisam que os avanços no campo da inteligência artificial pode permitir a rápida criação de drones com capacidade de operar de forma autónoma no campo de batalha, tomando as suas próprias decisões sem instruções humanas.

O objetivo da carta, assinada não só pelo fundador da Tesla mas também por Mustafa Suleyman, fundador do Laboratório de Inteligência Artificial do Google, Deep Mind, passa por descobrir formas de “proteger todos destes perigos”. Os líderes comprometeram-se, ainda, a evitar uma “corrida armamentista” neste âmbito, conclui o Espansion.

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