No próximo dia 28 de maio, o Grande Auditório da Exponor, em Matosinhos, vai acolher o Future Summit, uma conferência que se propõe abrir uma nova frente de debate sobre o papel da indústria de defesa na transformação económica do país. Integrado na EMAF – a maior feira nacional dedicada à indústria e à tecnologia –, este encontro procura responder a um desafio tão atual quanto inevitável: como pode Portugal posicionar-se estrategicamente num mundo onde a defesa deixou de ser apenas uma questão militar para se tornar também um motor de inovação e desenvolvimento económico.
O evento arranca às 14h30, com uma sessão de abertura conduzida por Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da AEP, Vítor Neves, presidente da AIMMAP, e Isabel Furtado, presidente do Conselho de Administração do CEiiA. Três entidades com presença marcante nos setores da indústria, inovação e desenvolvimento tecnológico, que pretendem dar o tom para uma conversa alargada sobre a urgência de uma nova visão para o país, mais integrada e atenta ao que se passa no plano internacional.
A primeira grande intervenção chega logo de seguida, pelas 15h00, com uma keynote a cargo de Sérgio Sousa Pinto, intitulada “A Nova Ordem Mundial: A Exigência de uma Defesa Comum na Europa”. Com a crescente instabilidade geopolítica, os conflitos às portas da Europa e a reconfiguração das alianças estratégicas, o eurodeputado vai abordar o imperativo de coordenação entre os Estados-membros, defendendo que só uma abordagem europeia partilhada poderá responder eficazmente aos novos riscos, mas também aproveitar as oportunidades económicas que daí decorrem.
Pelas 15h45, tem lugar um dos momentos mais aguardados do Future Summit: um debate que reúne quatro vozes com experiência direta na ligação entre indústria e inovação, sob o mote “Oportunidades para uma Indústria de Defesa Moderna e Inovadora em Portugal”. Estarão em palco Fernando Sousa, CEO da CEI/ZIPOR e vice-presidente do Conselho Geral da AEP, Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP e vice-presidente executivo da AIMMAP, Isabel Furtado, enquanto responsável pelo CEiiA, e José Manuel Mendonça, professor emérito da FEUP e antigo presidente do INESC TEC, que assegura a moderação. Este painel deverá centrar-se nas reais capacidades da indústria portuguesa para integrar projetos de defesa de alta exigência, com enfoque na inovação, produção tecnológica e ligação ao tecido académico.
Plataforma de alinhamento estratégico
O encerramento da conferência está previsto para as 16h30, com a intervenção do ministro da Economia, ainda por confirmar oficialmente, mas cuja presença reforçará a intenção política de dar corpo a uma estratégia nacional concertada neste domínio.
Mais do que uma conferência, o Future Summit quer posicionar-se como uma plataforma de alinhamento estratégico. Em contexto EMAF, onde milhares de empresas e profissionais procuram todos os anos soluções tecnológicas de vanguarda, a realização deste evento sugere um reconhecimento cada vez mais claro de que o futuro da indústria nacional passa também por setores tradicionalmente reservados aos grandes players internacionais. O objetivo, segundo os organizadores, é criar as condições para que Portugal não fique de fora das novas cadeias de valor que estão a emergir, muitas delas impulsionadas por necessidades de segurança, resiliência e soberania tecnológica.
A defesa, tal como aqui é entendida, não se limita à aquisição de armamento ou infraestruturas militares. Inclui a cibersegurança, a robótica, os sistemas inteligentes, a mobilidade elétrica e até a sustentabilidade. A organização admite que todos estes vetores podem e devem ser explorados por empresas nacionais que já operam em setores de alto valor acrescentado, mas que necessitam de escala, orientação estratégica e apoio institucional para entrarem neste novo ciclo com sucesso.
Com entrada gratuita, mas sujeita a inscrição prévia, o Future Summit pretende representar uma oportunidade rara para decisores, empresários, investigadores e investidores compreenderem o que está verdadeiramente em jogo na transição para uma economia de defesa europeia. Num país onde tantas vezes se debate a necessidade de especialização inteligente e reindustrialização, esta conferência poderá marcar o início de um novo capítulo. A EMAF, com os seus 20 anos de história, oferece o palco. Cabe agora ao ecossistema industrial português responder à chamada.
Este Conteúdo foi produzido em parceria com a EMAF.
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