A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, começou o debate no Parlamento a referir que o atual Governo não iria executar o Orçamento do Estado para 2024, mas isso pouco importou aos partidos que lançaram diversas criticas quer ao Governo, quer ao documento.
Do lado do PSD, o deputado Hugo Carneiro frisou que a estratégia do PS tem sido “nivelar todos da mesma forma e ao mesmo tempo empobrecer o país”. “Não tiveram nenhuma estratégia de crescimento ou desenvolvimento”, sublinhou.
Para o maior partido da oposição, a falta de estratégia do PS “levou à desvalorização salarial dos quadros mais qualificados e com a saída dos jovens do nosso país, à degradação dos serviços públicos, das escolas públicas do Serviço Nacional de Saúde”.
Por sua vez, no Chega, André Ventura optou por referir os problemas judiciais que envolveram o PS. “O dia tardou, mas chegou. Tal como dissemos, este Governo não chegaria ao seu fim. Não sabíamos na altura que as causas seriam muito mais profundas do que aquelas que anunciámos”, vincou o líder do Chega.
André Ventura apontou que “a justiça nunca tarda e chegou para nos dizer que o PS já nos tinha dado dois pântanos em Portugal, o pântano de António Guterres e o pântano de José Sócrates”.
Na Iniciativa Liberal, o deputado João Cotrim Figueiredo falou sobre eleitoralismo do PS, além das “verdades” mencionadas sobre o Orçamento.
“Este debate é um tiro de partida para o aquecimento das eleições de março e se houvesse dúvidas aí estão à ultima hora as propostas de alteração do PS todas elas eleitoralistas”, considerou João Cotrim Figueiredo, sublinhando também que entre as mais de 1800 propostas de alteração muitas são “ridículas e mal feitas que degradam o que devia ser o debate orçamental”.
Sobre as “verdades” do Orçamento, na perspetiva dos liberais, este não faz o país crescer. “o país não cresce e certamente não cresce o quanto precisaria e não cresce tanto como os outros países da coesão” e também “não funciona”.
À esquerda, o deputado do PCP Duarte Alves destacou que “esta proposta de orçamento está muito longe do milagre que aqui foi anunciado”, por Ana Catarina Mendes no início do debate. “Na verdade, é uma verdadeira oportunidade perdida”, acrescentou.
“Num momento em que a crise da habitação destrói a vida de tanta gente, é um orçamento que falha na oportunidade de atacar a especulação, de colocar os lucros extraordinários da banca a pagar o aumento dos juros e que permite o maior aumento das rendas das ultimas décadas”, afirmou Duarte Alves, completando que este Orçamento é igualmente “um orçamento de oportunidade perdida na saúde”.
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, citou a artista portuguesa Garota Não e a música intitulada “422”.
“Canta a autora Garota Não, na sua mais recente música, numa análise ao país partindo dos lucros milionários da Galp ela conclui com uma frase que é lapidar: que país tão bom para tubarões”, disse o líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.
Para o BE, “este é de facto o orçamento dos tubarões, é o orçamento dos tubarões da saúde privada que o estado vai manter os bloqueios no SNS e que vai entregar de mão beijada milhares de milhões de euros ao seu negócio”. “É um orçamento que diz aos tubarões que vivem de uma justiça parada que a justiça parada continuará”, destacou.
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