A empresa moçambicana de capitais chineses Dugongo é um dos candidatos escolhidos para o leilão promovido pelo Estado angolano para a privatização da unidade de cimento do grupo empresarial chinês China International Fund (CIF).
Em comunicado, o Instituto de Gestão de Ativos e Participação do Estado (IGAPE) indica que vão a leilão, nos próximos dias, cinco empresas das áreas de bebidas, cimentos, logística e automóvel.
Na mesma nota o IGAPE refere que foram admitidos os relatórios finais de qualificação submetido pelas Comissões de Negociação, referentes à Fábrica de Cimento CIF e Centro de Logística CIF, Fábrica de Cerveja (CIF Lowenda) e à Unidade de Montagem de Automóveis CIF SCG.
De acordo com os referidos relatórios, foram qualificadas para concorrer à privatização da fábrica de Cerveja (Lowenda), cujo leilão se realiza na quinta-feira, as empresas chinesa Rushan Shuguang Cerveja LTD e a Unique Beverages (pertencente ao grupo indiano Noble Group).
Na corrida à fábrica de Cimento CIF e Centro de Logística, com leilão previsto para a próxima segunda-feira, estão os consórcios angolano Griner/Ciment/Mercons e chinês H&S/Yupeng, e as empresas Huaxin Cement, LTD (chinesa) e a Moçambique Dugongo.
O único concorrente qualificado para a fábrica de montagem de automóveis é a empresa OPAIA S.A, do empresário angolano Agostinho Kapaia.
Dezenas de imóveis e indústrias pertencentes ao CIF foram apreendidos em 2020 pelo Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito de investigações relacionadas com o combate à corrupção e recuperação de bens pagos com fundos públicos.
A CIF é uma empresa privada chinesa com sede em Hong Kong e um escritório em Pequim, fundada em 2003 para financiar projetos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infraestruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África.
Dois antigos governantes do ex-Presidente José Eduardo dos Santos (já falecido) Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e Helder Vieira Dias, a CIF Angola, bem como as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited estão atualmente a ser julgados por alegado envolvimento em crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder, branqueamento de capitais e tráfico de influências.
As empresas terão alegadamente sido usadas pelos arguidos para montarem um esquema envolvendo um acordo de financiamento entre Angola e a China para apoiar a reconstrução nacional, após a guerra civil, do qual fazia parte também a China international Fund e suas subsidiárias e a Sonangol, cujo ex-presidente Manuel Vicente é citado várias vezes na acusação.
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