As empresas das quais o Estado português é acionista registaram um resultado negativo de 3,1 mil milhões de euros em 2021, uma melhoria de 708 milhões de euros em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório do Conselho de Finanças Públicas (CFP) divulgado esta quinta-feira. Estas entidades, que representam 3,2% do emprego nacional e 19,9% do emprego público, registaram uma melhoria da generalidade dos indicadores, mas com a ajuda de injeções de capital.
O capital do Governo português nas empresas que controla direta ou indiretamente chegou a 33,5 mil milhões de euros, ou seja, mais 2,8 mil milhões do que no ano anterior, num montante que equivale a 15,6% do PIB, indica o relatório do CFP sobre o sector empresarial do Estado (SEE).
“Os sectores da saúde e dos transportes e armazenagem continuaram a ser os mais representativos das empresas não financeiras do SEE: o sector da saúde registou o maior número de trabalhadores, volume de negócios e gastos operacionais relevantes, enquanto o sector dos transportes concentrou a maioria do ativo e do capital social”, resume o documento.
O volume de negócios destas empresas também cresceu em 2021, passando de 9,2 mil milhões para 10,1 mil milhões de euros, o que ajudou na melhoria do saldo operacional, mas também de outros indicadores financeiros. Os capitais próprios cresceram 4,0 mil milhões de euros para 5,8 mil milhões, enquanto os passivos recuaram 3,4 mil milhões para um total de 54,9 mil milhões de euros.
No entanto, 32 das 87 entidades não financeiras na esfera do Estado continuavam a apresentar capitais próprios negativos, ou seja, mais de um terço, isto apesar do reforço de capital feito pelo acionista. Ao mesmo tempo, a TAP beneficiou da conversão de empréstimos em capital social.
Já no que respeita a entidades financeiras, o seu desempenho é bastante mais positivo do que nas restantes empresas. À semelhança de 2020, este segmento registou um desempenho positivo, com um resultado líquido de 637 milhões de euros para o qual muito contribuiu a Caixa Geral de Depósitos. Comparando com o ano anterior, os resultados das entidades financeiras do Estado melhoraram em 50,3 milhões de euros. Este resultado não inclui a participação da Parpública na EFACEC, ressalva o CFP.
“Importa referir que, no âmbito da fiscalização e controlo financeiro, as entidades do SEE utilizam uma multiplicidade de sistemas de informação, alguns desatualizados, prejudicando a qualidade do reporte prestado e a análise integrada do sector. Alterar este contexto é fundamental para assegurar a fiabilidade, a exaustividade e a tempestividade da informação pública sobre o SEE”, lamenta o CFP, falando em “limitações quanto à abrangência, consistência e disponibilidade de dados”.
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