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Empresas em Portugal seguem linha mais conservadora nos orçamentos salariais

Segundo o relatório “Remunerações e Benefícios 2024 – Portugal”, da WTW, 41% das organizações que atuam no mercado português revelaram que os seus orçamentos salariais para o ciclo deste ano são inferiores aos de 2023.
4 Setembro 2024, 17h41

O mais recente relatório “Remunerações e Benefícios 2024 – Portugal”, da WTW, conclui que as empresas que atuam no mercado português têm seguido uma linha mais conservadora nos seus orçamentos salariais. Sem surpresas, a inflação surge entre as principais causas listadas pelas entidades empregadoras inquiridas.

Segundo o documento, 41% das organizações em Portugal revelaram que os seus orçamentos salariais para o ciclo deste ano são inferiores aos de 2023.

“Se 2024 regista um aumento médio de salários de 4%, para 2025 espera-se um aumento médio de 3,7%”, refere a WTW em comunicado.

De acordo com a consultora de risco, o fim do “período de elevadas demissões e rotatividade” – com a continuidade do número de trabalhadores efetivos -, resultou num maior conservadorismo das empresas com os seus orçamentos salariais.

“O estudo demonstra que 80% das empresas em Portugal procuram uma estabilidade a longo prazo na sua base de colaboradores. Entre as restantes, 14% pretendem aumentar o recrutamento nos próximos 12 meses, reduzindo-se a 6% aquelas que o pretendem diminuir”, acrescenta a mesma nota da WTW, a propósito da publicação do documento semestral.

Segundo a WTW, a inflação terá influenciado os orçamentos “em ambos os sentidos”. “As organizações em Portugal que reduziram os orçamentos salariais referiram, como principais causas, as pressões inflacionistas, as preocupações relacionadas com a gestão de custos e os resultados financeiros mais fracos. Por outro lado, as organizações que aumentaram os orçamentos salariais este ano referiram as pressões inflacionistas e um mercado de trabalho mais restrito. A inflação desceu significativamente em 2024, para 2,5%, e prevê-se que continue a descer em 2025”, explica, ainda, a corretora.

“À medida que as empresas crescem e começam a planear o futuro, alinham as prioridades salariais com a sua filosofia de compensação e estratégia empresarial”, analisa Sandra Bento, associate director rewards data Intelligence da WTW.

“Tendo em conta as pressões inflacionistas, as preocupações com a gestão dos custos e a persistência de um mercado de trabalho restrito em algumas áreas, as empresas estão a adotar uma abordagem mais holística dos seus programas de recompensas, tendo em conta os bónus, os incentivos a longo prazo e os benefícios de saúde e bem-estar”, finaliza a responsável da WTW.

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