Empresas que sofrem incumprimentos significativos aumentam até aos 29% em 12 meses

Uma nova pesquisa da Crédito y Caución e Iberinform revelou que 29% das empresas portuguesas relataram incumprimentos significativos nos últimos doze meses, refletindo uma deterioração de dez pontos em relação ao ano anterior.

O estudo, que envolveu gestores de mais de 300 empresas de diferentes setores e dimensões, destacou a percepção das empresas sobre o impacto do ambiente económico no risco de crédito de suas carteiras comerciais.

Apenas 4% das empresas reconhecem o impacto do ambiente económico no risco de crédito, sendo que 38% apontaram a má evolução dos custos financeiros como o principal fator de perturbação.

Outros fatores importantes incluem a evolução da inflação (37%), a procura dos clientes (30%), os custos energéticos (23%), as tensões geopolíticas (20%) e os problemas na cadeia de abastecimento (14%). A incerteza tarifária, embora relevante, foi mencionada por apenas 5,9% das empresas.

Apesar do cenário desafiador, 22% das empresas registaram uma diminuição nas vendas, enquanto 66% relataram algum tipo de crescimento, mantendo níveis semelhantes aos do ano anterior.

As expectativas para 2025 são otimistas, com 66% das empresas a acreditar que os seus níveis de faturação continuarão a aumentar, em contraste com apenas 8,7% que preveem um desempenho pior em termos de receitas.

O estudo evidencia a complexidade do risco de crédito em Portugal, mas também a resiliência de muitas empresas diante de um ambiente económico desafiador.