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Emprofac já colocou no mercado 64 mil máscaras ‘made in’ Cabo Verde

“Neste momento, aquelas que nós recebemos, 64 mil máscaras comunitárias, já entregámos tudo, entre farmácias e serviços públicos”, garantiu Fernando Gil Évora, presidente do conselho de administração da empresa.
  • Fernando de Pina / Lusa
22 Maio 2020, 10h28

Cerca de 64 mil máscaras comunitárias produzidas em Cabo Verde, para prevenir a transmissão do novo coronavírus, já foram colocadas no mercado cabo-verdiano, disse, em entrevista à Lusa, o presidente da empresa pública Emprofac, Fernando Gil Évora.

De acordo com o responsável da Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac), indicada pelo Governo cabo-verdiano para receber em exclusivo todas as máscaras comunitárias produzidas em Cabo Verde, para depois as colocar no mercado, entre 10 a 12 fábricas e artesãos das ilhas de Santiago, São Vicente e Santo Antão foram já certificados para essa produção.

“Neste momento, aquelas que nós recebemos, 64 mil máscaras comunitárias, já entregámos tudo, entre farmácias e serviços públicos”, garantiu Fernando Gil Évora, presidente do conselho de administração da Emprofac.

O preço da venda ao público destas máscaras, que são reutilizáveis em conformidade com as indicações dos fabricantes, não poderá ultrapassar os 235 escudos (2,10 euros), conforme foi estipulado pela Emprofac, e a produção tem de ser obrigatoriamente certificada pelo Instituto de Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual (IGQPI), para poder chegar ao mercado.

A Emprofac compra as máscaras aos produtores, semanalmente, e depois revende-as aos distribuidores locais.

“À medida que mais unidades produtivas são certificadas, mais máscaras compramos e colocamos no mercado”, avançou.

Esse processo de distribuição das máscaras comunitárias arrancou em 11 de maio, com a entrega pela Emprofac de um dos primeiros lotes à CV Interilhas. Esta empresa retomou nesse dia as ligações marítimas de passageiros entre as ilhas sem casos de covid-19, quase um mês e meio depois da suspensão total, devido ao estado de emergência, mas agora com a obrigatoriedade de uso de máscara por tripulação e passageiros.

“Para abrir a linha marítima era necessário ter máscaras (…) qualquer passageiro que não tinha máscara tinha de comprar”, explicou o presidente da Emprofac.

No dia 13 foram ainda colocadas máscaras comunitárias à venda em farmácias da Praia (Santiago) e vendidas também aos serviços públicos.

Ainda esta semana, garantiu Fernando Gil Évora, a distribuição das máscaras comunitárias será alargada a outros pontos de venda de fácil acesso, como postos de combustíveis ou dos correios, inicialmente nas ilhas de Santiago e de São Vicente.

Contudo, além da produção local, a Emprofac já importou, de vários fornecedores portugueses, outras 100 mil máscaras comunitárias, cujo preço máximo de venda é, neste caso, de 400 escudos (3,60 euros), garantiu Gil Évora.

“Como neste momento sabemos que a produção nacional ainda não cobre as necessidades todas, nós importamos. Temos máscaras comunitárias importadas de Portugal para fazer face a essa diferença entre as necessidades e a produção nacional”, avançou.

Com esta realidade, a partir de 25 de maio o atendimento ao público, seja em serviços do Estado ou empresas privadas, passa a ser feito obrigatoriamente com máscaras e por determinação legal os clientes que não as usarem não serão atendidos.

Fernando Gil Évora garante que não haverá problemas por falta de máscaras à venda: “Neste momento é só uma questão de escolha”.

Ainda assim, admite que não há uma “noção exata das reais necessidades”, em termos de máscaras, no país, até porque é uma realidade nova para todos e que está a ser avaliada a um ritmo semanal.

“As coisas estão a acontecer um bocadinho à pressa, estamos a entrar numa área que não conhecíamos, das máscaras comunitárias, mas eu penso que o Governo quer aproveitar a nossa capacidade logística nas ilhas para fazer a distribuição e até agora não temos tido nenhum problema”, sustentou.

Segundo Fernando Gil Évora, a Emprofac já importou, desde o início da pandemia, cerca de dois milhões de máscaras cirúrgicas, destinadas ao uso profissional, num investimento superior a 1,6 milhões de euros, com o mercado a ter atualmente um ‘stock’ para dois meses.

Cabo Verde regista um acumulado de 356 casos de covid-19 desde 19 de março, três óbitos e 95 doentes recuperados.

Os 256 casos ainda ativos estão circunscritos à ilha de Santiago (essencialmente na cidade da Praia), a única que permanece, pelo menos até às 24:00 de 29 de maio, em estado de emergência, para conter a transmissão.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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