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Energias limpas representavam 10% do PIB mundial em 2023

O setor das energias limpas acrescentou 320 mil milhões de dólares à economia mundial em termos de valor acrescentado, o que representa mais de 10% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
17 Dezembro 2024, 17h16

O setor das energias limpas acrescentou 320 mil milhões de dólares à economia mundial em termos de valor acrescentado, o que representa mais de 10% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, segundo o estudo Divided we fall –The risks of competitive fragmentation on Europe’s road to net zero, da Allianz Trade.

A transição energética decorre em diferentes velocidades, no entanto, entre as geografias que lideram este movimento está a China e a Europa. Contudo, os níveis de investimento são diferentes. Na China os investimentos verdes continuam a crescer, atingindo 676 mil milhões de dólares em 2024 (3,7% do seu PIB), enquanto na Europa os seus investimentos começaram a estabilizar em quase 500 mil milhões de dólares, tendo mesmo diminuído em relação ao seu PIB de 1,9% para 1,8% nos últimos dois anos, após o início da crise energética mundial.

Segundo o estudo, a China consegue ter economias de escala e baixos custos energéticos, de capital de recursos humanos, o que lhe permite aumentar o nível de investimento e, por conseguinte, assegurar uma posição dominante. No caso da energia fotovoltaica, a China é responsável por cerca de 80% da produção mundial de polissilício, células e módulos solares, bem como por 97% da produção de wafer solar de silicone.

Perante o desempenho da China na indústria transformadora e no comércio, a Europa levou a cabo algumas medidas de protecionismo verde. O estudo da Allianz Trade sinaliza que, no Velho Continente, a percentagem de importações verdes, com origem da China, aumentou de 2,3% em 2014 para 13,6% em 2023. Em contraste, nos EUA essa percentagem permanece muito inferior, com 4,6% no ano passado, que é o reflexo das políticas protecionistas adotadas pelas autoridades norte-americanas. Perante este cenário, a Europa tem estado a introduzir medidas do foro aduaneiro para proteger as suas indústrias verdes. As tarifas sobre os veículos elétricos chineses são apenas o exemplo mais recente.

Ao mesmo tempo que adota medidas protecionistas, a União Europeia (UE) também tem trabalhado para robustecer a sua política industrial ecológica, com o objetivo de estimular a produção nacional e salvaguardar a competitividade estratégica.

No entanto, as medidas protecionistas adotadas podem representar riscos para a transição energética e para as relações internacionais. O isolacionismo poderá limitar a produção e a exportação de bens essenciais para a transformação energética mundial, conduzindo a preços mais elevados e a potenciais atrasos nos objetivos de descarbonização das economias.

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